Capitulo
3:
Há
Pessoas Boas aí Fora!
Talvez
ainda Tenhamos uma Oportunidade?
Flum e Milkit
caminharam pela cidade, de mãos dadas. Não se dirigiam a nenhum lugar em
particular, só tentavam conseguir a maior distância possível entre elas e a
casa do comerciante. Mas os olhares que receberam dos pedestres eram
decididamente frias. Eram duas garotas jovens, vestidas com um pouco mais do
que capuzes, com a cara suja e o cabelo bagunçado... e ambas, nada menos, com a
marca de escravidão na cara. Milkit podia cobrir sua marca com as suas vendas,
mas não era difícil advinha seu estado pelo fato de que estava junto com Flum.
Ainda
assim, Flum não entendia por que as pessoas se sentiam na obrigação de
controla-las e zombar delas quando cruzavam seu caminho. Finalmente falou
enquanto abriam caminho entre a multidão.
“Sempre
é assim, Milkit? Quero dizer, para os escravos.”
Milkit
inclinou a cabeça para o lado, pensando. “O que você quer dizer com ‘assim’?”
Essa
foi a resposta que Flum necessitava. Agora há pouco, Milkit quase havia caído
no chão depois que alguém tentou faze-la tropeçar e, no entanto, a jugar pela
sua reação, um tratamento tão cruel era normal. Ser escravo significava ser
desprezado.
Não
só isso... ser escravo significava existir para satisfazer os desejos e
necessidades dos demais.
Flum
timidamente levou a mão para a bochecha, a carne macia de seus dedos traçou a
forma antinatural gravada na sua pele. Devido ao pigmento especial aplicado na
marca, não desaparecia mesmo se lançasse um feitiço de cura. Mesmo que uma
semana inteira tenha se passado desde que foi infligido, ainda doía quando a
tocava.
No
entanto, a dor que sentiu no seu coração era muito maior que a dor física que a
marca deixou.
Milkit
pareceu se dar conta do olhar sombrio que havia se apoderado da expressão de
Flum. “Aconteceu algo, Ama?”
“Estava
me dando conta de que realmente estou vivendo a vida de um escravo.”
Milkit
voltou a inclinar a cabeça para o lado. “Oh?”
Como
alguém que havia vivido toda sua vida em cativeiro, provavelmente Milkit não
podia compreender o que Flum estava dizendo. Claro, ser expulsa do grupo significava
que estava livre do seu dever de derrotar o Lorde Demônio. Mas a marca de
escrava também significava que nunca poderia voltar para casa. Em mais de uma
forma, a garota chamada Flum Apricot agora estava morta.
E,
no entanto, ainda estava viva. Aqui e agora.
Flum
caminhou um pouco mais rápido, cada pisaguda firme e confiante. Ela tampouco
estava sozinha.
“Bom,
se queremos sobreviver, precisamos ganhar algum dinheiro.”
“Hmm...
suponho que terei que vender meu corpo,
Ama. Nunca antes fiz algo assim, então devo admitir que estou um pouco
nervosa.”
Flum
deixou escapar um suspiro dramático. Não podia acreditar que a primeira ideia
que saiu da boca de sua companheira fosse a prostituição. “Milkit, você precisa
se respeitar um pouco mais do que isso, de acordo?”
“Respeitar
a mim mesma? Não entendo.”
“Vender
o seu corpo deveria ser a ultima opção.”
“Bom,
então, o que devemos fazer?”
Flum
só podia pensar em um lugar onde podia encontrar um trabalho sem que ninguém
questionasse seu estado. “Vamos para o Distrito Oeste. Estou segura de que ali
podemos conseguir um trabalho.”
Milkit
parecia confusa. “Darão trabalho para os escravos?”
Flum
apertou a mão da outra garota e acelerou o passo. Ela entenderia uma vez que
chegaram ali.
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A
capital se dividia nos distritos central, leste, oeste e norte. O Distrito
Central era, em muito, o maior, povoado por negócios tanto grandes como
pequenos, e servindo como lugar para os muitos moradores próximos a estrada
principal. Nobres e empresários endinheirados viviam nas enormes mansões do
Distrito Leste, enquanto que o Distrito Norte era onde o palácio e outros ramos
administrativos do governo estavam localizados.
Agora,
o Distrito Oeste... ali era onde viviam todos os pobres e oprimidos. A casa do
comerciante de escravos estava na parte ocidental do Distrito Central, quase na
fronteira com o Distrito Oeste.
Uns
vinte minutos mais tarde, as duas garotas se encontravam em frente ao edifício
que Flum estava buscando. Milkit olhou para o símbolo gravado no letreiro
pendurado na frente.
“Isso
é... uma guilda de aventureiros?”
Assim
como seu nome indicava, esse era um lugar onde os aventureiros se reuniam com a
esperança de encontrar trabalho. O termo aventureiro em si mesmo era um
retrocesso para os dias que o reino ainda consistia em um território selvagem e
indomado. Era o nome que se deu para as valentes pessoas que saiam para
derrotar os monstros que vagavam pelas terras.
“Escutei
que havia vários ex soldados trabalhando como aventureiros, e acredito que eu
seja ao menos decente lutando.” Flum havia ganhado um pouco de confiança depois
do seu encontro com os ghouls e o comerciante.
“Você
conseguiu derrotar aqueles ghouls com relativa facilidade, Ama, então eu acho
que isso deveria nos ajudar a ganhar nosso sustento. Mas ainda não estou segura
se entendi como suas feridas se curaram instantaneamente no momento em que você
segurou a espada ou como pôde balança-la com facilidade.”
“Como
foi dito, é uma arma épica. Acho que pelo menos isso cumpriu seu papel. Talvez
os encantamentos da espada aumentaram suas habilidades?”
“Mas
o homem que tocou ela evaporou.”
“Eu
também estava me perguntando sobre isso. Desafortunadamente, não tenho nenhuma
habilidade com a magia. Inclusive Escanear está além da minha capacidade.” Se
eu pudesse usar Escanear, poderia usa-la para determinar o nome da espada e
qualquer encantamento que tiver. “Na verdade, agora que eu penso, meu corpo se
sente mais leve e minha magia parece ter aumentado. Que estranho...”
Embora
Flum nunca houvesse usado magia, na teoria sabia como o fazer.
“Venha
aqui um segundo.”
Flum
pegou a mão de Milkit e arrastou a jovem a um pequeno beco próximo à guilda de
aventureiros. Depois de se assegurar de que ninguém estivesse olhando, convocou
a espada. Um raio de lux brotou da sua mão e lentamente tomou a forma de uma
espada.
Uma
vez que a surpresa de que realmente havia funcionado se dissipou, respirou
fundo e tentou lançar Escanar.
Dividido
em seus componentes mais básicos, tudo o que precisava fazer para lançar um
feitiço era invocar a magia dentro de si, invocar o feitiço e se concentrar no
seu alvo. Flum havia tentado isso inumerável vezes no passado com pouco êxito,
mas agora sentia uma entidade sem forma fluindo através dela, quase como fumaça.
Seus lábios se curvaram num sorriso de êxtases.
Nos
seus dezesseis anos de vida nunca havia sido capaz de invocar o poder que sabia
que residia dentro do seu corpo, sem importar quanto tentasse. No entanto, se
dissipou tão rápido como havia reunido uma vez que deixou de se concentrar.
Rapidamente
Flum se obrigou a se concentrar de novo e invocou o feitiço. “Escanear!”
De
repente, palavras e imagens começaram a aparecer na periferia de sua visão.
Nome:
Devorador de Almas Zweihänder
Nível: Épico
[Esse equipamento reduz a força do
seu usuário em 318]
[Esse equipamento reduz a magia do
seu usuário em 96]
[Esse equipamento reduz a
resistência do seu usuário em 293]
[Esse equipamento reduz a agilidade
do seu usuário em 181]
[Esse equipamento reduz a percepção
do seu usuário em 107]
[Esse equipamento faz que o corpo do
usuário derreta]
“Devorador
de Almas...?”
Esse
era um nome apropriado para uma alma tão amaldiçoada.
Pelo
que Flum podia dizer, originalmente havia sido uma espada de duas mãos chamada
Zweihänder. As armas amaldiçoadas geralmente estavam habitadas pelos espíritos
raivosos que rejeitavam a todos que tentassem maneja-la, seu poder ficava cada
vez mais forte com cada pessoas que morria enquanto a segurava.
“Mas...
isso não tem nenhum sentido. Todos os seus encantamentos reduzem as
estatísticas. Não há como usar essa espada.”
“Reduzem
as estatísticas?”
“Ao
menos pelo que eu posso dizer, sim. Quer o Escanear?”
“Não
posso usar magia...”
Isso
não soa bem. A única razão pela que Flum não podia usar magia era porque todas
as suas estatísticas estavam presas no zero. Somente um ponto de magia era
suficiente para que qualquer um pudesse lançar um feitiço de baixo nível como
Escanear.
Quer
dizer, a menos que...
Ninguém
se incomodou em ensinar a Milkit nem sequer o mais simples dos feitiços.
“Além
disso, de qualquer maneira, não me faria nenhum bem. Não sei ler...”
Isso
doeu em Flum por um momento quando se deu conta da sorte que havia tido ao
crescer. “Não se preocupe, Milkit, te ensinarei. Uma vez que as coisas se
acalmem um pouco, estudaremos juntas.”
Milkit
olhou fixamente para Flum sem devolver nem recusar seu alegre sorriso. Depois
de alguns momentos, desviou o olhar. Seus olhos delataram sua confusão.
“Se...
se isso é o que deseja, Ama.”
Soava
bastante pessimista, mas Flum o atribuiu a personalidade da outra garota.
“Então
está decidido! Simplesmente deixe comigo, vou te ensinar a ler e escrever,
Milkit.” Flum inflou o peito. “... Mas isso continua sem ter sentido. Se supõe
que essa espada reduz suas estatísticas faz que seu corpo derreta assim que
tocar nela, por que me fez mais forte e me curou?”
“Se
pudéssemos resolver isso, então saberíamos como te fazer mais forte, Ama.”
“As
estatísticas que deveriam ter se reduzido aumentaram, a carne que deveria se
desintegrar foi curada... Hmm...”
“É
como se tudo fosse o contrario do que deveria ter sido.”
“Certo?
Uma verdadeira mudança de direção...”
Uma
mudança de direção... ou, em outras palavras, um retrocesso.
Reversão.
A estranha afinidade de Flum...
O
feitiço que havia se apoderado de Flum durante toda a sua vida. A afinidade
inútil que converteu todas as suas estatísticas em zero... ou isso havia
pensado. Agora suas estatísticas estavam aumentando, o que só podia
significar...
“Então,
talvez essa afinidade inútil não seja tão inútil depois de tudo?”
“Sua
afinidade?”
“Veja,
tenha uma estranha afinidade chamada Reversão. Ela manteve todas as minhas
estatísticas em zero durante toda a minha vida, então eu sempre pensei que era
inútil. No entanto, parece que há alguma forma que eu possa a utilizar.”
Os
efeitos negativos se converteram em positivos, a carne que deveria ter
derretido foi curada. Em outras palavras, as maldições se reverteram em
bendições.
“Sempre
me perguntei por que tinha um poder tão inútil, mas... woah! Nunca pensei que
poderia usar armas malditas, então eu nem tentei. Hahaha!” Flum riu para si
mesma, perdida na sua emoção. Milkit se limitou a olhar ela sem compreender.
“Ah, desculpa por isso, Milkit. Me emocionei um pouco. Veja, graças a minha
afinidade, quanto mais letal é uma maldição, mais forte isso me torna!”
“Ah,
eu... realmente não entendo. Mas isso é impressionante, Ama.”
Sua
reação deixou a desejar. Por outro lado, as duas acabaram de se conhecer e
Milkit não parecia tão boa expressando suas emoções. Flum estava um pouco
decepcionada por Milkit não poder compartilhar de sua empolgação, mas de todos
os modos isso não era o momento nem o lugar para isso.
Primeiro,
precisavam de dinheiro para poder ao menos ter um teto sobre suas cabeças essa
noite.
Para
se registrar na guilda de aventureiros, precisava assumir e completar um
trabalho simples de Rank F. Uma vez que fizessem isso, receberiam sua licença e
poderia aceitar mais trabalhos, o que lhe proporcionaria uma fonte de renda
bastante estável.
As
duas garotas saíram do beco e entraram na guilda renovadas e entusiasmadas.
Até
as pessoas mais criativas teriam dificuldades para descrever o interior da
guilda como algo além de nojento. O fato de que fedia a álcool mesmo na
primeira hora da tarde não ajudava em nada. O edifício incluía um pequeno bar,
aparentemente como um lugar para apresentar os aventureiros a possíveis membros
do grupo. Atualmente estava cheio de vários homens musculosos que imediatamente
explodiram em risadas perversas quando viram as marcas de escravo de Flum e
Milkit.
Afortunadamente,
o balcão ficava na frente. O balcão estava encarregada por uma mulher jovem com
uma maquiagem espalhafatosa que roía as unhas. Pareceu incomodada quando
finalmente notou que Flum se aproximava dela.
“O
que está fazendo aqui, escrava? Pelo que parece, suponho que teu senhor não te
enviou aqui para mandar um recado.”
“Quero
ser um aventureiro. Poderia me dar uma licença?”
A
recepcionista e os homens do bar explodiram em gargalhadas.
“Oh,
bendito seja teu coração. Você quer jogar sua vida fora? Escuta, garota, acho
que vocês duas estariam mais bem preparadas para um trabalho que envolve deitar
de costas. Não sei sobre esse aquela pequena aberração ali com as bandagens,
mas você é jovem. Estou segura de que você poderia se vender um pouco. Que tal
se lhes apresento algo mais adequado
para vocês duas?” O sorriso zombeteiro no seu rosto dizia tudo.
De
alguma maneira Flum conteve a raiva que sentiu crescer dentro dela quando
também escutou os bêbados intervirem.
“Essa
garota de cabelo castanho não tem uma aparência ruim. Não me importaria leva-la
para casa pela noite. Embora terei que deixar de lado a garota múmia.”
“Eu
também acho difícil de encarar!”
“E
você, acha que conseguiria faze-lo com essa pequena coisa monstruosa?”
“De
maneira nenhum, vamos! Bem, na verdade não sei. Faz tempo que eu não faço...”
“Gyahahaha!
Até mesmo um cachorro de rua serviria para você, certo?”
“Contanto
que não tenha enfermidades nem nada do tipo.”
“Você está realmente
pensando nisso, não é assim? Wahahaha!”
Flum cerrou os dentes e
os punhos até que suas juntas ficaram brancas. Haviam ido muito longe. Deu um
passo adiante para os fazer mudar de ideia, mas logo sentiu que Milkit puxava
sua camisa e negava com a cabeça.
“Por que não?!”
“Não há nada que você
possa ganhar aqui, Ama. É melhor deixar passar.”
“Não só estou irritada
pelo que disseram de ti, Milkit! Estou completamente irritada por que eles
também falaram assim de mim!”
Isso não era verdade,
claro. A maior parte de sua ira estava dirigida ao que haviam dito sobre
Milkit, e ambas sabiam.
“Brincadeiras aparte,
disseram que pagariam pelos seus serviços. Por que não aceitar sua oferta?
Garota, é dinheiro fácil.”
“Não, obrigado.”
“Oh querida, você é
quem está perdendo.” Com isso, a recepcionista se virou para a papelada diante
dela e voltou ao trabalho.
“Ei, eh, espera um
minuto. Não acabo de pedir para que me conceda uma licença?”
Silêncio. A mulher nem
se quer se incomodou em responder.
“Me escute!!”
“Oh, cala a boca,
garota. Não tenho nenhum trabalho para escravos pouco agradecidos que não
conhecem uma boa ofertar batendo à porta. Só tem que ir e se promover para os
caras de lá, de acordo?”
O tom condescendente da
mulher foi o ponto de ruptura de Flum. Se lançou até o balcão e estava a ponto
de agarrar a mulher quando um homem se aproximou desde a área do bar para
tratar de acalmar a situação.
“Bem, bem, não há
necessidade de falar assim.”
Era uma cabeça mais
alto que Flum e tinha uma constituição magra e musculosa. Seu cabelo loiro sujo
muito curto lhe dava um aspecto de pureza. Embora uma espada de aspecto caro
estava pendurada na sua cintura, não levava armadura.
“Perdão por me
intrometer assim, senhorita. Meu nome é Dein Phineas, aventureiro de Rank A
nessa guilda. Encantado em te conhecer.”
Ofereceu sua mão. Flum
o olhou com certa suspeita antes de devolver o gesto e segurar sua palma grande
e cheia de calos. Embora a expressão do seu rosto fosse suave, a cicatriz na
sua bochecha e seu poderoso olhar delatavam suas verdadeiras habilidades.
Afinal, era um aventureiro de Rank A.
Todos os aventureiros,
sem importar quem fosse, começavam no Rank F. A medida que coletavam mais e
mais recompensas, lentamente subiam e rank e lhe eram confiados trabalhos cada
vez melhor pagos. Não era um profissão para os fracos de coração.
“Finalmente temos um
novato que vem até a guilda nesse perigoso inferno que chamamos Distrito Oeste,
Y’lla. Deveria ser mais amável com ela.”
“Mas...”
“Depois que ela obter
sua licença, se vive ou morre depende dela. Pessoalmente, acho que deveríamos
deixar a porta aberta de par em par para que qualquer um possa se unir, escravo
ou nobre igualmente.”
“Se você diz, Dein.”
Estava claro que essa
pessoa, Dein, era um membro bastante influente da guilda, considerando quão
rápido que Y’lla cedeu apesar do seu descaro alguns momentos antes. Dein se
apoiou no balcão e bateu com o dedo num papel que estava sob o escritório em
frente a Y’lla. “Que tal esse?”
Y’lla vacilou por um
momento. “Não estou segura disso...”
No entanto, não parecia
querer dizer não para Dein. Finalmente assentiu com a cabeça e deslizou o papel
pelo balcão até Flum. “Entregar uma (1)
presa de homem lobo” estava escrito na parte superior, Rank F.
Logo Y’lla lhe entregou
um mapa marcado com o lugar onde podiam encontrar os monstros. “Uma vez que
terminem esse trabalho, te darei uma licença.”
“Obrigado.” Flum murmurou
uma resposta curta e pegou o mapa da recepcionista carrancuda. Se alguma vez
quisesse chegar a ser uma aventureira, provavelmente as duas estariam presas
trabalhando juntas durante bastante tempo. Ela conteve um suspiro exasperado
diante a ideia de já ter feito um inimigo.
Se virou até o
aventureiro de Rank A e inclinou a cabeça. “Obrigado... Dein, verdade? É graças
a você que finalmente poderei obter uma licença.”
Ele sorriu
calorosamente. “Não foi nada, não se preocupe.”
E com isso, voltou para
sua mesa no bar para se sentar com alguns companheiros aventureiros. Flum o
olhou por um tempo antes de finalmente ser virar para Milkit. “Bem, suponho que
nós deveríamos ir.”
“Como deseje, Ama.”
Instintivamente
se agachou e segurou a mão de Milkit enquanto caminhava até a saída da guilda.
Se dirigiram ao território dos homens lobos, como indicava no seu mapa.
Dein manteve seu
encantador sorriso até perder as duas garotas de vista. No momento em que se
foram, ele caiu na gargalhada.
Um dos outros homem na
mesa falou rapidamente. “O que foi tudo isso, Dein?”
“Você não viu? Só
estava ajudando alguém a conseguir seu primeiro trabalho, isso é tudo. Sou um
cara realmente agradável, farei você saber.”
“Você esta muito
orgulhoso, isso é notável nos seus olhos. Há algo especial no trabalho que você
escolheu para a garota, não é assim?”
“Bem... você sabe,
pensei em elevar um pouco o nível para me assegurar de que os novatos da guilda
estejam a altura.” Dein revidou com um copo cheio de licor branco. “Fwaaah.
Essas são as regras, não? Para obter uma licença, deve completar um trabalho de
Rank F.”
“Isso é verdade,
sim...”
“Tudo o que eu fiz foi
lhe dar um trabalho mais difícil.”
“Quão difícil?”
“Só um pouco. Uma
pitadinha, de verdade. Acabo de lhe sugerir um trabalho de Rank D para monstros
que são três, as vezes inclusive cinco vezes mais poderosos que os trabalhos de
Rank F? Essas garotas estão quase mortas.”
“Se esse é o caso, bom,
que assim seja. Suponho que isso significa que não foram feitas com o material
adequado.”
“Gahaha! Você nunca
muda, Dein!”
Os homens fizeram um
brindaram rapidamente pela desaparição das duas escravas e continuaram bebendo
escandalosamente.
Dein Phineas era mais
conhecido nesses lugares como o Sem Vergonha Destemido. Conspirou com o grêmio
para obter um bom lucro em trabalhos de grande valor ao reunir grupos de
aventureiros e logo reivindicar uma parte do dinheiro de sua recompensa para si
mesmo. Através desses e outros meios ilícitos, havia conseguido alcançar o Rank
A apesar de não ter nenhuma das habilidades necessárias.
Enquanto isso, Flum e
Milkit caminhavam de mãos dadas fora da cidade até a localização marcada no seu
mapa, sem saber completamente a natureza atroz do homem que as haviam enviado a
sua missão.
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