quinta-feira, 16 de dezembro de 2021

Roll Over And Die: Capítulo 03 (ROAD) - Há Pessoas Boas aí Fora! Talvez ainda Tenhamos uma Oportunidade?

 

Capitulo 3:

Há Pessoas Boas aí Fora!

Talvez ainda Tenhamos uma Oportunidade?

         Flum e Milkit caminharam pela cidade, de mãos dadas. Não se dirigiam a nenhum lugar em particular, só tentavam conseguir a maior distância possível entre elas e a casa do comerciante. Mas os olhares que receberam dos pedestres eram decididamente frias. Eram duas garotas jovens, vestidas com um pouco mais do que capuzes, com a cara suja e o cabelo bagunçado... e ambas, nada menos, com a marca de escravidão na cara. Milkit podia cobrir sua marca com as suas vendas, mas não era difícil advinha seu estado pelo fato de que estava junto com Flum.

            Ainda assim, Flum não entendia por que as pessoas se sentiam na obrigação de controla-las e zombar delas quando cruzavam seu caminho. Finalmente falou enquanto abriam caminho entre a multidão.

            “Sempre é assim, Milkit? Quero dizer, para os escravos.”

            Milkit inclinou a cabeça para o lado, pensando. “O que você quer dizer com ‘assim’?”

            Essa foi a resposta que Flum necessitava. Agora há pouco, Milkit quase havia caído no chão depois que alguém tentou faze-la tropeçar e, no entanto, a jugar pela sua reação, um tratamento tão cruel era normal. Ser escravo significava ser desprezado.

            Não só isso... ser escravo significava existir para satisfazer os desejos e necessidades dos demais.

            Flum timidamente levou a mão para a bochecha, a carne macia de seus dedos traçou a forma antinatural gravada na sua pele. Devido ao pigmento especial aplicado na marca, não desaparecia mesmo se lançasse um feitiço de cura. Mesmo que uma semana inteira tenha se passado desde que foi infligido, ainda doía quando a tocava.

            No entanto, a dor que sentiu no seu coração era muito maior que a dor física que a marca deixou.

            Milkit pareceu se dar conta do olhar sombrio que havia se apoderado da expressão de Flum. “Aconteceu algo, Ama?”

            “Estava me dando conta de que realmente estou vivendo a vida de um escravo.”

            Milkit voltou a inclinar a cabeça para o lado. “Oh?”

            Como alguém que havia vivido toda sua vida em cativeiro, provavelmente Milkit não podia compreender o que Flum estava dizendo. Claro, ser expulsa do grupo significava que estava livre do seu dever de derrotar o Lorde Demônio. Mas a marca de escrava também significava que nunca poderia voltar para casa. Em mais de uma forma, a garota chamada Flum Apricot agora estava morta.

            E, no entanto, ainda estava viva. Aqui e agora.

            Flum caminhou um pouco mais rápido, cada pisaguda firme e confiante. Ela tampouco estava sozinha.

            “Bom, se queremos sobreviver, precisamos ganhar algum dinheiro.”

            “Hmm... suponho que terei  que vender meu corpo, Ama. Nunca antes fiz algo assim, então devo admitir que estou um pouco nervosa.”

            Flum deixou escapar um suspiro dramático. Não podia acreditar que a primeira ideia que saiu da boca de sua companheira fosse a prostituição. “Milkit, você precisa se respeitar um pouco mais do que isso, de acordo?”

            “Respeitar a mim mesma? Não entendo.”

            “Vender o seu corpo deveria ser a ultima opção.”

            “Bom, então, o que devemos fazer?”

            Flum só podia pensar em um lugar onde podia encontrar um trabalho sem que ninguém questionasse seu estado. “Vamos para o Distrito Oeste. Estou segura de que ali podemos conseguir um trabalho.”

            Milkit parecia confusa. “Darão trabalho para os escravos?”

            Flum apertou a mão da outra garota e acelerou o passo. Ela entenderia uma vez que chegaram ali.

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            A capital se dividia nos distritos central, leste, oeste e norte. O Distrito Central era, em muito, o maior, povoado por negócios tanto grandes como pequenos, e servindo como lugar para os muitos moradores próximos a estrada principal. Nobres e empresários endinheirados viviam nas enormes mansões do Distrito Leste, enquanto que o Distrito Norte era onde o palácio e outros ramos administrativos do governo estavam localizados.

            Agora, o Distrito Oeste... ali era onde viviam todos os pobres e oprimidos. A casa do comerciante de escravos estava na parte ocidental do Distrito Central, quase na fronteira com o Distrito Oeste.

            Uns vinte minutos mais tarde, as duas garotas se encontravam em frente ao edifício que Flum estava buscando. Milkit olhou para o símbolo gravado no letreiro pendurado na frente.

            “Isso é... uma guilda de aventureiros?”

            Assim como seu nome indicava, esse era um lugar onde os aventureiros se reuniam com a esperança de encontrar trabalho. O termo aventureiro em si mesmo era um retrocesso para os dias que o reino ainda consistia em um território selvagem e indomado. Era o nome que se deu para as valentes pessoas que saiam para derrotar os monstros que vagavam pelas terras.

            “Escutei que havia vários ex soldados trabalhando como aventureiros, e acredito que eu seja ao menos decente lutando.” Flum havia ganhado um pouco de confiança depois do seu encontro com os ghouls e o comerciante.

            “Você conseguiu derrotar aqueles ghouls com relativa facilidade, Ama, então eu acho que isso deveria nos ajudar a ganhar nosso sustento. Mas ainda não estou segura se entendi como suas feridas se curaram instantaneamente no momento em que você segurou a espada ou como pôde balança-la com facilidade.”

            “Como foi dito, é uma arma épica. Acho que pelo menos isso cumpriu seu papel. Talvez os encantamentos da espada aumentaram suas habilidades?”

            “Mas o homem que tocou ela evaporou.”

            “Eu também estava me perguntando sobre isso. Desafortunadamente, não tenho nenhuma habilidade com a magia. Inclusive Escanear está além da minha capacidade.” Se eu pudesse usar Escanear, poderia usa-la para determinar o nome da espada e qualquer encantamento que tiver. “Na verdade, agora que eu penso, meu corpo se sente mais leve e minha magia parece ter aumentado. Que estranho...”

            Embora Flum nunca houvesse usado magia, na teoria sabia como o fazer.

            “Venha aqui um segundo.”

            Flum pegou a mão de Milkit e arrastou a jovem a um pequeno beco próximo à guilda de aventureiros. Depois de se assegurar de que ninguém estivesse olhando, convocou a espada. Um raio de lux brotou da sua mão e lentamente tomou a forma de uma espada.

            Uma vez que a surpresa de que realmente havia funcionado se dissipou, respirou fundo e tentou lançar Escanar.

            Dividido em seus componentes mais básicos, tudo o que precisava fazer para lançar um feitiço era invocar a magia dentro de si, invocar o feitiço e se concentrar no seu alvo. Flum havia tentado isso inumerável vezes no passado com pouco êxito, mas agora sentia uma entidade sem forma fluindo através dela, quase como fumaça. Seus lábios se curvaram num sorriso de êxtases.

            Nos seus dezesseis anos de vida nunca havia sido capaz de invocar o poder que sabia que residia dentro do seu corpo, sem importar quanto tentasse. No entanto, se dissipou tão rápido como havia reunido uma vez que deixou de se concentrar.

            Rapidamente Flum se obrigou a se concentrar de novo e invocou o feitiço. “Escanear!”

            De repente, palavras e imagens começaram a aparecer na periferia de sua visão.

            Nome: Devorador de Almas Zweihänder

            Nível: Épico

            [Esse equipamento reduz a força do seu usuário em 318]

            [Esse equipamento reduz a magia do seu usuário em 96]

            [Esse equipamento reduz a resistência do seu usuário em 293]

            [Esse equipamento reduz a agilidade do seu usuário em 181]

            [Esse equipamento reduz a percepção do seu usuário em 107]

            [Esse equipamento faz que o corpo do usuário derreta]

 

            “Devorador de Almas...?”

            Esse era um nome apropriado para uma alma tão amaldiçoada.

            Pelo que Flum podia dizer, originalmente havia sido uma espada de duas mãos chamada Zweihänder. As armas amaldiçoadas geralmente estavam habitadas pelos espíritos raivosos que rejeitavam a todos que tentassem maneja-la, seu poder ficava cada vez mais forte com cada pessoas que morria enquanto a segurava.

            “Mas... isso não tem nenhum sentido. Todos os seus encantamentos reduzem as estatísticas. Não há como usar essa espada.”

            “Reduzem as estatísticas?”

            “Ao menos pelo que eu posso dizer, sim. Quer o Escanear?”

            “Não posso usar magia...”

            Isso não soa bem. A única razão pela que Flum não podia usar magia era porque todas as suas estatísticas estavam presas no zero. Somente um ponto de magia era suficiente para que qualquer um pudesse lançar um feitiço de baixo nível como Escanear.

            Quer dizer, a menos que...

            Ninguém se incomodou em ensinar a Milkit nem sequer o mais simples dos feitiços.

            “Além disso, de qualquer maneira, não me faria nenhum bem. Não sei ler...”

            Isso doeu em Flum por um momento quando se deu conta da sorte que havia tido ao crescer. “Não se preocupe, Milkit, te ensinarei. Uma vez que as coisas se acalmem um pouco, estudaremos juntas.”

            Milkit olhou fixamente para Flum sem devolver nem recusar seu alegre sorriso. Depois de alguns momentos, desviou o olhar. Seus olhos delataram sua confusão.

            “Se... se isso é o que deseja, Ama.”

            Soava bastante pessimista, mas Flum o atribuiu a personalidade da outra garota.

            “Então está decidido! Simplesmente deixe comigo, vou te ensinar a ler e escrever, Milkit.” Flum inflou o peito. “... Mas isso continua sem ter sentido. Se supõe que essa espada reduz suas estatísticas faz que seu corpo derreta assim que tocar nela, por que me fez mais forte e me curou?”

            “Se pudéssemos resolver isso, então saberíamos como te fazer mais forte, Ama.”

            “As estatísticas que deveriam ter se reduzido aumentaram, a carne que deveria se desintegrar foi curada... Hmm...”

            “É como se tudo fosse o contrario do que deveria ter sido.”

            “Certo? Uma verdadeira mudança de direção...”

            Uma mudança de direção... ou, em outras palavras, um retrocesso.

            Reversão. A estranha afinidade de Flum...

            O feitiço que havia se apoderado de Flum durante toda a sua vida. A afinidade inútil que converteu todas as suas estatísticas em zero... ou isso havia pensado. Agora suas estatísticas estavam aumentando, o que só podia significar...

            “Então, talvez essa afinidade inútil não seja tão inútil depois de tudo?”

            “Sua afinidade?”

            “Veja, tenha uma estranha afinidade chamada Reversão. Ela manteve todas as minhas estatísticas em zero durante toda a minha vida, então eu sempre pensei que era inútil. No entanto, parece que há alguma forma que eu possa a utilizar.”

            Os efeitos negativos se converteram em positivos, a carne que deveria ter derretido foi curada. Em outras palavras, as maldições se reverteram em bendições.

            “Sempre me perguntei por que tinha um poder tão inútil, mas... woah! Nunca pensei que poderia usar armas malditas, então eu nem tentei. Hahaha!” Flum riu para si mesma, perdida na sua emoção. Milkit se limitou a olhar ela sem compreender. “Ah, desculpa por isso, Milkit. Me emocionei um pouco. Veja, graças a minha afinidade, quanto mais letal é uma maldição, mais forte isso me torna!”

            “Ah, eu... realmente não entendo. Mas isso é impressionante, Ama.”

            Sua reação deixou a desejar. Por outro lado, as duas acabaram de se conhecer e Milkit não parecia tão boa expressando suas emoções. Flum estava um pouco decepcionada por Milkit não poder compartilhar de sua empolgação, mas de todos os modos isso não era o momento nem o lugar para isso.

            Primeiro, precisavam de dinheiro para poder ao menos ter um teto sobre suas cabeças essa noite.

            Para se registrar na guilda de aventureiros, precisava assumir e completar um trabalho simples de Rank F. Uma vez que fizessem isso, receberiam sua licença e poderia aceitar mais trabalhos, o que lhe proporcionaria uma fonte de renda bastante estável.

            As duas garotas saíram do beco e entraram na guilda renovadas e entusiasmadas.

            Até as pessoas mais criativas teriam dificuldades para descrever o interior da guilda como algo além de nojento. O fato de que fedia a álcool mesmo na primeira hora da tarde não ajudava em nada. O edifício incluía um pequeno bar, aparentemente como um lugar para apresentar os aventureiros a possíveis membros do grupo. Atualmente estava cheio de vários homens musculosos que imediatamente explodiram em risadas perversas quando viram as marcas de escravo de Flum e Milkit.

            Afortunadamente, o balcão ficava na frente. O balcão estava encarregada por uma mulher jovem com uma maquiagem espalhafatosa que roía as unhas. Pareceu incomodada quando finalmente notou que Flum se aproximava dela.

            “O que está fazendo aqui, escrava? Pelo que parece, suponho que teu senhor não te enviou aqui para mandar um recado.”

            “Quero ser um aventureiro. Poderia me dar uma licença?”

            A recepcionista e os homens do bar explodiram em gargalhadas.

            “Oh, bendito seja teu coração. Você quer jogar sua vida fora? Escuta, garota, acho que vocês duas estariam mais bem preparadas para um trabalho que envolve deitar de costas. Não sei sobre esse aquela pequena aberração ali com as bandagens, mas você é jovem. Estou segura de que você poderia se vender um pouco. Que tal se  lhes apresento algo mais adequado para vocês duas?” O sorriso zombeteiro no seu rosto dizia tudo.

            De alguma maneira Flum conteve a raiva que sentiu crescer dentro dela quando também escutou os bêbados intervirem.

            “Essa garota de cabelo castanho não tem uma aparência ruim. Não me importaria leva-la para casa pela noite. Embora terei que deixar de lado a garota múmia.”

            “Eu também acho difícil de encarar!”

            “E você, acha que conseguiria faze-lo com essa pequena coisa monstruosa?”

            “De maneira nenhum, vamos! Bem, na verdade não sei. Faz tempo que eu não faço...”

            “Gyahahaha! Até mesmo um cachorro de rua serviria para você, certo?”

            “Contanto que não tenha enfermidades nem nada do tipo.”

“Você está realmente pensando nisso, não é assim? Wahahaha!”

Flum cerrou os dentes e os punhos até que suas juntas ficaram brancas. Haviam ido muito longe. Deu um passo adiante para os fazer mudar de ideia, mas logo sentiu que Milkit puxava sua camisa e negava com a cabeça.

“Por que não?!”

“Não há nada que você possa ganhar aqui, Ama. É melhor deixar passar.”

“Não só estou irritada pelo que disseram de ti, Milkit! Estou completamente irritada por que eles também falaram assim de mim!”

Isso não era verdade, claro. A maior parte de sua ira estava dirigida ao que haviam dito sobre Milkit, e ambas sabiam.

“Brincadeiras aparte, disseram que pagariam pelos seus serviços. Por que não aceitar sua oferta? Garota, é dinheiro fácil.”

“Não, obrigado.”

“Oh querida, você é quem está perdendo.” Com isso, a recepcionista se virou para a papelada diante dela e voltou ao trabalho.

“Ei, eh, espera um minuto. Não acabo de pedir para que me conceda uma licença?”

Silêncio. A mulher nem se quer se incomodou em responder.

“Me escute!!”

“Oh, cala a boca, garota. Não tenho nenhum trabalho para escravos pouco agradecidos que não conhecem uma boa ofertar batendo à porta. Só tem que ir e se promover para os caras de lá, de acordo?”

O tom condescendente da mulher foi o ponto de ruptura de Flum. Se lançou até o balcão e estava a ponto de agarrar a mulher quando um homem se aproximou desde a área do bar para tratar de acalmar a situação.

“Bem, bem, não há necessidade de falar assim.”

Era uma cabeça mais alto que Flum e tinha uma constituição magra e musculosa. Seu cabelo loiro sujo muito curto lhe dava um aspecto de pureza. Embora uma espada de aspecto caro estava pendurada na sua cintura, não levava armadura.

“Perdão por me intrometer assim, senhorita. Meu nome é Dein Phineas, aventureiro de Rank A nessa guilda. Encantado em te conhecer.”

Ofereceu sua mão. Flum o olhou com certa suspeita antes de devolver o gesto e segurar sua palma grande e cheia de calos. Embora a expressão do seu rosto fosse suave, a cicatriz na sua bochecha e seu poderoso olhar delatavam suas verdadeiras habilidades. Afinal, era um aventureiro de Rank A.

Todos os aventureiros, sem importar quem fosse, começavam no Rank F. A medida que coletavam mais e mais recompensas, lentamente subiam e rank e lhe eram confiados trabalhos cada vez melhor pagos. Não era um profissão para os fracos de coração.

“Finalmente temos um novato que vem até a guilda nesse perigoso inferno que chamamos Distrito Oeste, Y’lla. Deveria ser mais amável com ela.”

“Mas...”

“Depois que ela obter sua licença, se vive ou morre depende dela. Pessoalmente, acho que deveríamos deixar a porta aberta de par em par para que qualquer um possa se unir, escravo ou nobre igualmente.”

“Se você diz, Dein.”

Estava claro que essa pessoa, Dein, era um membro bastante influente da guilda, considerando quão rápido que Y’lla cedeu apesar do seu descaro alguns momentos antes. Dein se apoiou no balcão e bateu com o dedo num papel que estava sob o escritório em frente a Y’lla. “Que tal esse?”

Y’lla vacilou por um momento. “Não estou segura disso...”

No entanto, não parecia querer dizer não para Dein. Finalmente assentiu com a cabeça e deslizou o papel pelo balcão até Flum. “Entregar uma (1) presa de homem lobo” estava escrito na parte superior, Rank F.

Logo Y’lla lhe entregou um mapa marcado com o lugar onde podiam encontrar os monstros. “Uma vez que terminem esse trabalho, te darei uma licença.”

“Obrigado.” Flum murmurou uma resposta curta e pegou o mapa da recepcionista carrancuda. Se alguma vez quisesse chegar a ser uma aventureira, provavelmente as duas estariam presas trabalhando juntas durante bastante tempo. Ela conteve um suspiro exasperado diante a ideia de já ter feito um inimigo.

Se virou até o aventureiro de Rank A e inclinou a cabeça. “Obrigado... Dein, verdade? É graças a você que finalmente poderei obter uma licença.”

Ele sorriu calorosamente. “Não foi nada, não se preocupe.”

E com isso, voltou para sua mesa no bar para se sentar com alguns companheiros aventureiros. Flum o olhou por um tempo antes de finalmente ser virar para Milkit. “Bem, suponho que nós deveríamos ir.”

“Como deseje, Ama.”

Instintivamente se agachou e segurou a mão de Milkit enquanto caminhava até a saída da guilda. Se dirigiram ao território dos homens lobos, como indicava no seu mapa.

 

 

Dein manteve seu encantador sorriso até perder as duas garotas de vista. No momento em que se foram, ele caiu na gargalhada.

Um dos outros homem na mesa falou rapidamente. “O que foi tudo isso, Dein?”

“Você não viu? Só estava ajudando alguém a conseguir seu primeiro trabalho, isso é tudo. Sou um cara realmente agradável, farei você saber.”

“Você esta muito orgulhoso, isso é notável nos seus olhos. Há algo especial no trabalho que você escolheu para a garota, não é assim?”

“Bem... você sabe, pensei em elevar um pouco o nível para me assegurar de que os novatos da guilda estejam a altura.” Dein revidou com um copo cheio de licor branco. “Fwaaah. Essas são as regras, não? Para obter uma licença, deve completar um trabalho de Rank F.”

“Isso é verdade, sim...”

“Tudo o que eu fiz foi lhe dar um trabalho mais difícil.”

“Quão difícil?”

“Só um pouco. Uma pitadinha, de verdade. Acabo de lhe sugerir um trabalho de Rank D para monstros que são três, as vezes inclusive cinco vezes mais poderosos que os trabalhos de Rank F? Essas garotas estão quase mortas.”

“Se esse é o caso, bom, que assim seja. Suponho que isso significa que não foram feitas com o material adequado.”

“Gahaha! Você nunca muda, Dein!”

Os homens fizeram um brindaram rapidamente pela desaparição das duas escravas e continuaram bebendo escandalosamente.

Dein Phineas era mais conhecido nesses lugares como o Sem Vergonha Destemido. Conspirou com o grêmio para obter um bom lucro em trabalhos de grande valor ao reunir grupos de aventureiros e logo reivindicar uma parte do dinheiro de sua recompensa para si mesmo. Através desses e outros meios ilícitos, havia conseguido alcançar o Rank A apesar de não ter nenhuma das habilidades necessárias.

Enquanto isso, Flum e Milkit caminhavam de mãos dadas fora da cidade até a localização marcada no seu mapa, sem saber completamente a natureza atroz do homem que as haviam enviado a sua missão.

 

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