Capitulo
4:
Esse
Trabalho Vai Ser Moleza!
Depois
de sair através da porta ocidental, as duas caminharam durante aproximadamente
uma hora antes de chegar ao seu destino... o bosque. Flum se sentia bem, graças
ao efeito da melhora de resistência da sua espada, mas Milkit parecia estar se
aproximando do seu limite.
“Quer
descansar um pouco antes de entrar?”
“Por
favor, não se preocupe por mim, Ama.”
“Vamos
tomar um descanso.”
Milkit
se estirou e mexeu nas suas bandagens, algo assim como um gesto nervoso dela.
Ela não havia traído acidentalmente seus verdadeiros sentimentos, verdade? Em
qualquer caso, não mudou nada. Se Flum queria descansar, isso era o que fariam.
Ela seguiu obedientemente sua ama até alguns tocos de árvores perto do
perímetro externo da floresta.
Flum
se sentou em um toco e deixou as pernas balançarem, sentindo as pontas da grama
roçarem seus pés enquanto o vento soprava sobre eles. Olhou distraidamente para
o céu. Finalmente, seu coração estava tranquilo. Mas esse sentimento não duraria.
Não por muito tempo. Deveria aproveitar enquanto pudesse.
Mas
não podia relaxar com Milkit ali de pé assim. Flum deu um tapinha na madeira ao
seu lado.
“Não
há a necessidade de se preocupar, Ama.”
“Te
ver ai parada me preocupa. Agora se apresse e senta.”
“Isso
é uma ordem?”
“Claro,
tanto faz. Agora se sente.”
Com
essa ordem nervosa emitida, Milkit se sentou no toco, tendo cuidado de manter
uma distância de Flum. Flum estava um pouco perturbada pelo espaço, mas pensou
que era uma troca justa.
Finalmente,
a voz de Milkit quebrou o silêncio. “Ama...?”
Soava
como se algo a estivesse incomodando.
“Sim?”
“Minha
aparência te incomoda?” As bandagens s obre seus lábios se moveram enquanto
falava, fazendo-os amaçar contra as outras bandagens secas ao redor de seu
rosto.
Flum
respondeu honestamente. Não tinha sentido esconder como se sentia. “Na verdade,
o faz. Tem um aspecto um pouco estranho.”
Algumas
partes das bandagens manchadas de vermelho e preto, e pelos espaços entre os
tecidos podiam ser visto uma pele de aspecto pouco saudável. Embora soubesse
que Milkit era uma garota de idade próxima a sua, havia algo incrivelmente
desconcertante na sua aparência.
“Então,
por você me trouxe contigo?”
“Me
senti mal por te deixar sozinha nesse lugar.”
“Nesse
caso, não acho que uma pessoa fria e calada como eu seja uma boa opção para
você, Ama. Talvez devesse me vender e compara outro escravo?”
Milkit
era tão incrivelmente pessimista que na verdade era bastante irritante. Embora
tecnicamente tinha razão: não havia nenhuma razão real para que Flum a
mantivesse próxima. Simplesmente havia estado na mesma cela e ambas
sobreviveram a sua terrível experiência. E no entanto Flum sentiu um sentido de
responsabilidade para com Milkit. Como se necessitasse da garota mais jovem com
ela.
“Bom...
suponho que talvez não sou tão santa.”
“Você
se refere a razão pela qual me trouxe?”
Flum
respondeu tão honestamente quanto pôde. “Bem. Era uma inútil e não podia fazer
nada pelas pessoas que me rodeavam... De fato, por isso me venderam como
escrava. Pensei que, se pudesse te levar, alguém pior que eu, e te fazer feliz,
então talvez... só talvez, algo de bom sairia do meu nascimento nesse mundo.
Acho que também havia um pouco de egoísmo.”
Quanto
mais pensava nisso, mais se dava conta de quão verdadeiras eram suas palavras.
Queria salvar a Milkit das profundezas do inferno. Talvez ainda desejasse
chamar a si mesma de herói. Talvez, no fundo, pudesse recuperar a confiança que
perdeu depois de ser retirada do grupo e vendida para os laços da escravidão.
“Não
posso dizer que entendo completamente, mas independentemente do seu raciocínio,
Ama, está dizendo que está tentando me fazer feliz? Se esse é o caso, então
deveria me vender. Não sou a escrava adequada para isso.”
“Você
já me aceitou como sua ama, verdade? Então é muito tarde para isso. Não
interessada em te trocar.”
“Nesse
caso...” Milkit colou uma mão atrás da cabeça e começou a desfazer a bandagem.
“Ah...”
Antes
que ela se desse conta o som escapou dos lábios de Flum. A vista era bastante
grotesca. Desde o queixo até a testa, a cara inteira de Milkit estava inchada,
vermelha e manchada. A pele estava inchada e inflamada em alguns lugares e
descascado em outros, com um liquido translucido que escorria das feridas
abertas.
“Ainda
quer me manter próxima?” Milkit não parecia particularmente incomodada pela
perspectiva de ser descartada por Flum. Talvez sentiu que não era justo seguir
se disfarçando... que, se não mostrava para Flum tudo sobre ela, estaria
traindo sua ama.
Flum
permaneceu em silêncio, atónita, tampando a boca com a mão. O mundo parecia
girar ao seu redor enquanto um emaranhado de pensamentos passava pela sua
cabeça. Enferma, doloroso, grotesco, lamentável... belos olhos. Infelizmente,
nenhuma dessas palavras significaria muito para Milkit, inclusive se ela lhes
desse voz.
No
entanto, houve um feito útil no meio da explosão. Eterna lhe havia ensinado
sobre os remédios a base de ervas nas suas viagens, e lembrava vagamente à
menção de uma condição especial na que só era afetada a pele da cara.
“Poderiam
ser esses os efeitos das toxinas mustardo?”
“Muutar...?”
Milkit olhou para ela sem compreender.
“Fica
quieta, de acordo?”
Se
tinha razão, isso significaria que a maior parte da dor já havia ido. Flum
estendeu a mão para tocar a cara de Milkit para ver se, de fato, estava
sofrendo os efeitos das toxinas mustardo. No entanto, Milkit levantou
rapidamente e deu a volta antes de fazer contato.
“Não
deve tocar minha cara, Ama. Poderia se contagiar.”
“A
toxina de Mustardo não pode ser transmitida de uma pessoa a outra.”
“Disseram-me
que minha condição pode, então talvez você tenha se equivocado sobre essa
toxina, Ama.”
“Quem
te disse isso?”
“Meu
amo anterior. Me disseram que uma vez que outra pessoa o contraísse, nunca
poderia se curar. Portanto, nunca devo permitir que outra pessoa toque na minha
cara.”
A
mão estendida de Flum se fechou em um punho, suas unhas cravaram na sua palma.
O
mundo estava realmente cheio de pessoas absolutamente repugnantes. E sempre foram
os inocentes fracos e oprimidos quem se converteram nas suas vitimas. Os vilãos
continuaram vivendo uma vida de ócio enquanto os feridos lutaram, sofreram e
morreram, até mesmo suas mortes se tornaram alimento para o entretenimento de
seus assassinos.
O
que permitiu que isso continuasse acontecendo? Ou, melhor falhando... teria que
permitir que isso continuasse ocorrendo?
“Mentiras!
Esses bastardos não fazem nada mais além de mentir!”
Flum
não tinha ninguém ao redor com que descarregar sua ira, embora estivesse o
suficientemente furiosa como para partir alguém em dois, se tivesse a
oportunidade. Infelizmente, os únicos aqui eram as vitimas desses atos
horríveis. Tudo o que puderam fazer foi lamber suas feridas e tentar confortar
um ao outro.
Flum
ficou de pé e se aproximou de Milkit, a abraçando com força. A outra garota
tentou resistir, mas Flum não se preocupou... não havia nenhuma doença para
transmitir. Pressionou sua bochecha contra a de Milkit.
“Não,
Ama, por favor não faça isso. Se você terminar se contagiando, será tão
horrível como eu.” Essa era a primeira vez que Flum escutou alguma emoção na
voz de Milkit.
“Eu
não me importo!”
Flum
levantou a voz, esperando que pudesse ajudar a dissipar as preocupações de
Milkit.
“Me
escute atentamente. Tenha a intenção de ser sua ama, Milkit. Talvez você
corresse se meu rosto estivesse assim, mas tudo que fez foi consolidar ainda
mais minha determinação.”
“Essa
nunca foi minha intenção, Ama. Mas como você disse que queria me fazer feliz,
pensei que deveria dizer para você o que meu amo anterior já me disse que meu
rosto nunca vai curar. Simplesmente não queria te decepcionar.”
“Não
posso acreditar que dissesse algo assim. Quero dizer, claro, isso está além do
que a magia curativa possa fazer, mas ainda assim...”
A
maioria das lesões e doenças no reino não foram tratadas por medico mas sim por
sacerdotes e donzelas de santuários. Aqueles com uma leve afinidade usava magia
curativa, que podia curar a maioria das dores sem necessidade de medicamentos ou
outros procedimento cirúrgicos. Graças a difusão da magia curativa, a
expectativa de vida média no reino aumentou rapidamente.
A
magia, no entanto, estava longe de ser uma panaceia. Ainda havia varias doenças
que não podiam ser curadas, e a inflamação da pele causada pelas toxinas de
mustardo era uma delas.
“Mas
há uma forma de te curar, Milkit. Na verdade, também é bastante simples.
Inclusive se a magia não pode te curar, há remédios que podem fazê-lo.”
“Você
certamente está muito bem informada, Ama. Mas não se foram todos os
curandeiros?”
Milkit
tinha razão. A igreja acreditava que o Pontífice, um posto de longa data que
passou de pai para filhos, deveria possuir os únicos poderes curativos na
terra. Decidindo, por tanto, destruir os médicos da terra, a igreja havia usado
seu poder e influência para interromper suas praticas antes de finalmente
convencer o rei de que promulgar a lei.
Os
seguidores de Origem, que incluíam a grande maioria dos residentes do reino,
acreditavam em tudo o que a igreja dizia. Os sacerdotes disseram a suas
congregações que dar as costas para os médicos demonstrava sua fé em Origem e,
como resultado, a grande maioria dos praticantes na terra se vira obrigados a
fechar seus negócios.
No
entanto, seus ensinamentos perduraram. Antes de ser envia em sua viagem para
derrubar o Lorde Demônio, havia uma jovem maga que havia vivido completamente
sozinha em uma área isolada em grande parte fora do alcance da igreja. O
conhecimento médico e as técnicas que estava a ponto de se perderem para sempre
viviam nela... na mente de Eterna Rinebow.
Viajando
junto a Eterna na sua viajem para o Lorde Demônio, Flum havia tentado aprender
tudo o que pudesse dele sobre a magia e as ervas medicinais com a esperança de
ser mais útil para o grupo. Haviam passado pouco tempo juntas, então nem mesmo
sabia por onde começar quando se tratava de preparar medicamento compostos, mas
ao menos havia aprendido o suficiente para poder identificar a fonte de um
problema a partir do seus sintomas.
“Conheço
os componentes que precisamos para o tratamento. Uma vez que me adaptar à vida
de aventureira, começaremos a junta-los e verei se posso chamar a um conhecido
para que me ajude a preparar o remédio.”
Agora,
se Eterna... uma mulher que havia aceitado tão facilmente que Flum fosse
vendido a uma vida de escravidão, inclusive estaria de acordo em ajuda-la, era
algo a ser visto. Mas Flum a lembrava como uma mulher tranquila que era amável
e rápido em compartilhar sua sabedoria, e tão inútil quanto Flum poderia ter
sido, havia feito tudo o possível para construir um relacionamento decente com
os outros heróis. Ou ao menos, pensou que o havia feito. Nesse ponto, duvidava
de quão próxima ela tinha sido de qualquer um deles.
Ela
nunca saberia realmente a resposta ao menos que ela mesma perguntasse para
Eterna. Por enquanto, Flum decidiu manter-se positiva e acreditar que as
ajudaria. Já tinham trabalho suficiente contra elas. Ela escolheu ter fé.
Milkit
e ela finalmente romperam seu abraço.
“O
primeiro é o primeiro, temos que fazer a missão.”
“Tem
razão, Ama. Se passamos tempo demais aqui, a noite cairá.”
Flum sorriu alegremente para Milkit provocando que a escrava desviasse timidamente o olhar. Na verdade, era muito fofa. Ajuda a Milkit colocar as bandagens na cara antes que as duas garotas se dirigissem para o bosque, em busca dos lobisomens que aparentemente viviam dentro desses confins.
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Essa
ia ser a primeira vez que realmente usava sua espada amaldiçoada em um combate
real. De fato, seria a primeira vez que lutaria contra um monstro. O coração de
Flum acelerou no seu peito, o medo se apoderou dela enquanto se perguntava quão
boa era essa ideia. Seus pés se sentiam pesados enquanto avançavam pesadamente.
No
entanto, o calor da mão de Milkit na sua provocou um desejo... um sentido de
dever de proteger sua jovem companheira. O calor gentil e inocente que emanava
da mão de Milkit para a dela empurrou seus medos para o fundo da sua mente e
lhe deu uma renovada sensação de coragem.
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Uns
quinze minutos depois de terem entrado na floresta, finalmente Flum se deteve.
A alguma distância atrás delas, ainda podia ver a luz fraca da “entrada” de
algum tipo onde eles encontraram uma brecha na linha das árvores. Milkit ficou
atrás de uma árvore e levou a ponta do dedo para os lábios.
Ela
acabava de ver uma manada de três lobos caminhando pelo caminho que tinha
adiante.
Lobo Gris
Afinidade: Terra
Força: 108
Magia: 9
Resistência: 61
Agilidade: 1090
Percepção: 98
Cada
um tinha um valor de estatística combinado de 385... e eram monstros de Rank E.
Graças
ao impulso da sua espada Devoradora de Almas, as estatísticas de Flum se
fixaram em um impressionante 995. Enquanto se mantivesse tranquila, deveria
poder os derrotar sem problemas. No entanto, lhe haviam dito que estavam
buscando monstros de Rank F, que eram um pouco mais fracos que esses lobos
cinza. Essa não era exatamente a situação ideal para praticar. Os sapatos de
Milkit estavam praticamente em frangalhos e não eram exatamente bons para se
mover sigilosamente.
Nesse
momento, de repente os lobos pararam e olharam em direção a Flum. Tentar tirar
Milkit daqui já não era um opção. Flum decidiu que provavelmente seria mais
prudente atrair os inimigos até ela, no lugar de lhes dar as costas e correr.
Fez um gesto para Milkit para que a esperasse atrás da árvore.
Olhando
o céu, respirou fundo. Justo quando ela apareceu, os lobos começaram a grunhir.
Eles arquearam as costas a uníssono e se lançaram até Flum, ainda desarmada, o
que claramente apresentava um alvo tentador.
Tão
rápido como os três lobos estiveram ao alcance, Flum convocou a espada.
“Hyaaaah!”
FWOP!
A
lâmina negra atravessou diretamente as cabeças dos lobos, não só cortando a
carne, mas também partindo os seus crânios, enviando cerebral em todas as
direções. Os três lobos caíram instantaneamente no chão.
“Hah...
hah... hah...”
A
mão de Flum tremeu. Ela, uma garota que havia sido inútil em uma luta por toda
a sua vida, agora havia tirado vidas em combate. Esse pensamento acendeu uma
chama no seu coração. Seus ombros tremeram enquanto tentava estabilizar sua
respiração.
Os
insetos já estavam descendo sobre os cadáveres para se banquetear com sua carne
ainda quente. Em questão de tempo, os corpos dos lobos seriam devolvidas para a
floresta.
Milkit
gritou, sua voz desprovida de qualquer emoção como de costume. “Muito
impressionante, Ama.”
O
elogio aparentemente vazio foi como um banho de água fria, colocando fim na
emoção que brotava em Flum. Se virou para Milkit e estendeu a mão. “Vamos.”
Esses
não eram os monstros que estavam buscando. No entanto, se era capaz de matar
tão facilmente esses monstros de Rank E, então os de Rank F que estava buscando
não deveriam ser um problema.
Renovada
sua confiança, as duas se adentraram mais a fundo na floresta.
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Passaram
outros 20 minutos antes de se encontraram com o monstro que estavam buscando.
“Ai
está.” Flum sussurrou para não chamar a atenção do lobo bípede que tinham mais
adiante. Pareciam estar buscando sua próxima comida.
“Você
sabe, Ama, na realidade eu não posso lutar. É realmente melhor para mim estar
aqui?”
Embora
sua observação fosse certamente correta, já era um pouco tarde para isso. Flum
se inclinou próximo de Milkit e sussurrou no seu ouvido, com cuidado de não
fazer mais barulho do que o absolutamente necessário.
“Originalmente
planejei te deixar na capital para me esperar, mas para ser honesta, os humanos
provavelmente são mais perigosos que esses monstros.”
Se
deixasse Milkit, uma escrava, sozinha na cidade... talvez não voltariam a se
ver nunca mais. Comparado com os riscos de ser atacada por um monstro, a
floresta parecia um lugar mais seguro para Milkit.
“Isso
pode ser verdade, mas ainda não consigo ajudar.”
“Só
se mantenha a salvo. Corre, se é necessário. Estou bastante segura de que pode
escapar de um monstro de Rank F. Logo pensaremos em uma estratégia sobre o que
fazer na próxima vez.”
Por
agora, realmente só precisavam de dinheiro para ter um teto sobre suas cabeças
essa noite. Antes de fazer qualquer outra coisa, Flum decidiu Escanear o lobisomem.
As palavras e os números encheram sua visão periférica.
Lobisomem
Afinidade: Terra
Força: 159
Magia: 22
Resistência: 79
Agilidade: 207
Percepção: 54
Depois de ver as
estatísticas, sentiu que uma raiva indignada crescia dentro dela.
“Esse
bastardo do Dein. Não estava tentando nos ajudar em nada... ele estava nos
enviando para uma armadilha!”
“O
que aconteceu?”
“O lobisomem
tem um valor de estatística total de 521. Qualquer monstros sobre essa linha é
considerado monstros de Rank D.”
“Mas
você não foi enviada atrás de um monstro de Rank F?”
“Nós
fomos enganadas por Dein e a guilda.”
Enviar
um novo aventureiro para lutar contra um monstro de Rank D era essencialmente
sentencia-lo a morte. Mesmo com um plano de ataque bem elaborado, suas
possibilidade de vitória eram escassas no melhor dos casos. Dein e a guilda tentavam matar ela e Milkit.
“Desafortunadamente
para eles, não lhes darei esse gosto.”
Graças
ao aumento de estatísticas de Zweihänder, Flum era mais poderosa que um simples
monstro de Rank D. De fato, estava quase no mesmo nível dos monstros de Rank
C... assim definidos por ter um valor de estatísticas total de 1,000. Além
disso, a lâmina teve um efeito curativo em seu corpo.
Esse
lobisomem não deveria ser um problema.
Flum
se concentrou e convocou sua espada. Um momento depois, sentiu o peso da espada
na sua mão. Agarrou a empunhadura com força na sua mão e começou a se aproximar
do lobisomem.
Ela
travou seus pés e estava prestes a desferir um poderoso golpe quando, de
repente, escutou Milkit chama-la freneticamente.
“Ama,
olha!”
Na
direção que apontava Milkit, viu outro lobisomem.
De
fato... viu outros dois que vinham de diferentes direções, o que fazia um total
de quatro lobisomens descendo para o mesmo lugar.
O
mais perigoso que podiam fazer os monstros de Rank D era se unirem e atacar
como uma manada. De fato, havia um ditado popular entre os aventureiros que
diziam que, se via um, deveria assumir que haviam outros três próximos. Mesmo
com as impressionantes melhoras de estatísticas de Flum, lutar contra quatro
monstros de Rank D de uma vez reduziu em grande medida suas probabilidades de
vitória. Precisaria dividi-los de alguma forma.
Flum
olhou seus oponentes com receio. Um dos homens logos moveu a cabeça de um lado
para o outro e começou olhar o seu arredor. Deve haver captado seu cheiro ou
ter escutado seus movimentos. Os três ficaram em guarda imediatamente e também
começaram a olhar ao redor.
Flum
e Milkit se esconderam atrás das arvores, esperando que os lobisomens se
acalmassem.
No
entanto, antes que isso pudesse acontecer, uma repentina rajada de vento
atravessou a floresta, sacudindo as árvores e cobrindo elas de folhas. A
rapidez de tudo fez que Flum gritasse.
“Ack!”
Ela
colocou o braço no rosto para proteger ela dos escombros que sopravam e se
arriscou a olhar em direção dos lobisomens. Ela se surpreender ao ver a metade
inferior do corpo de lobisomem cortado. E mais ainda ao ver uma enorme criatura
parecida com um leão mastigando a parte superior do torso amputado.
A
nova criatura tinha enormes asas parecidas com asas de pássaro que cresciam nas
costas. Os outros lobisomens se lançarem sobre ele, mas foram eliminados
facilmente com um poderoso golpe de garra, os enviando a colidir contra as
árvores próximas antes que a criatura se aproximasse para comer a suas ultimas
vitimas.
“Escanear!”
Flum
nunca antes havia visto um monstro como este. Imediatamente comprovou suas
estatísticas.
Anzu
Afinidade: Vento
Força: 542
Magia: 408
Resistência: 301
Agilidade: 422
Percepção: 214
Suas
estatísticas eram quase o dobro que as de Flum, em 1887.
“Rank
C?! De maneira nenhuma...”
Não
haviam forma de que poderiam ganhar contra essa coisa. Sua única opção era
tentar escapar antes de que os encontrasse.
Infelizmente,
se esconder na sombra de uma árvore não era suficiente para evitar que o
monstro sentisse sua presença. O anzu já as havia notado. Pedaços de carne
caíram da sua boca enquanto fixava seus brilhantes olhos negros na direção das
duas garotas. Um rosnado profundo ressoou profundamente da garganta do monstro
quando começou a bater suas asas, provocando uma tempestade de vento localizada
no meio da clareira.
Estava
se preparando para atacar.
“Milkit!!”
Flum sem moveu instintivamente, empurrando Milkit. Pelo menos... pelo menos uma
delas, talvez, poderia sobreviver.
“Eeek!”
Milkit cuiú no chão antes de se reajustar e olhar para sua ama.
O
anzu deixou escapar um rugido quando deu com suas asas mais uma batida furiosa,
convocando um poderoso ataque mágico. O vento se transformou em fortes rajadas
de vento tão afiadas como uma faca, que rasgaram a terra em seu rastro enquanto
se aproximavam de Flum.
Não
havia nenhum lugar a onde correr.
As
arvores que as rodeavam foram quebradas em pouco mais do que lascas. Os braços
e pernas de Flum voaram em todas as direções, colunas de sangue marcando seu
voo pelo ar.
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