quinta-feira, 23 de dezembro de 2021

Roll Over And Die (ROAD) : Capítulo 04 - Esse Trabalho Vai ser Moleza!

 

Capitulo 4:

Esse Trabalho Vai Ser Moleza!

            Depois de sair através da porta ocidental, as duas caminharam durante aproximadamente uma hora antes de chegar ao seu destino... o bosque. Flum se sentia bem, graças ao efeito da melhora de resistência da sua espada, mas Milkit parecia estar se aproximando do seu limite.

            “Quer descansar um pouco antes de entrar?”

            “Por favor, não se preocupe por mim, Ama.”

            “Vamos tomar um descanso.”

            Milkit se estirou e mexeu nas suas bandagens, algo assim como um gesto nervoso dela. Ela não havia traído acidentalmente seus verdadeiros sentimentos, verdade? Em qualquer caso, não mudou nada. Se Flum queria descansar, isso era o que fariam. Ela seguiu obedientemente sua ama até alguns tocos de árvores perto do perímetro externo da floresta.

            Flum se sentou em um toco e deixou as pernas balançarem, sentindo as pontas da grama roçarem seus pés enquanto o vento soprava sobre eles. Olhou distraidamente para o céu. Finalmente, seu coração estava tranquilo. Mas esse sentimento não duraria. Não por muito tempo. Deveria aproveitar enquanto pudesse.

            Mas não podia relaxar com Milkit ali de pé assim. Flum deu um tapinha na madeira ao seu lado.

            “Não há a necessidade de se preocupar, Ama.”

            “Te ver ai parada me preocupa. Agora se apresse e senta.”

            “Isso é uma ordem?”

            “Claro, tanto faz. Agora se sente.”

            Com essa ordem nervosa emitida, Milkit se sentou no toco, tendo cuidado de manter uma distância de Flum. Flum estava um pouco perturbada pelo espaço, mas pensou que era uma troca justa.

            Finalmente, a voz de Milkit quebrou o silêncio. “Ama...?”

            Soava como se algo a estivesse incomodando.

            “Sim?”

            “Minha aparência te incomoda?” As bandagens s obre seus lábios se moveram enquanto falava, fazendo-os amaçar contra as outras bandagens secas ao redor de seu rosto.

            Flum respondeu honestamente. Não tinha sentido esconder como se sentia. “Na verdade, o faz. Tem um aspecto um pouco estranho.”

            Algumas partes das bandagens manchadas de vermelho e preto, e pelos espaços entre os tecidos podiam ser visto uma pele de aspecto pouco saudável. Embora soubesse que Milkit era uma garota de idade próxima a sua, havia algo incrivelmente desconcertante na sua aparência.

            “Então, por você me trouxe contigo?”

            “Me senti mal por te deixar sozinha nesse lugar.”

            “Nesse caso, não acho que uma pessoa fria e calada como eu seja uma boa opção para você, Ama. Talvez devesse me vender e compara outro escravo?”

            Milkit era tão incrivelmente pessimista que na verdade era bastante irritante. Embora tecnicamente tinha razão: não havia nenhuma razão real para que Flum a mantivesse próxima. Simplesmente havia estado na mesma cela e ambas sobreviveram a sua terrível experiência. E no entanto Flum sentiu um sentido de responsabilidade para com Milkit. Como se necessitasse da garota mais jovem com ela.

            “Bom... suponho que talvez não sou tão santa.”

            “Você se refere a razão pela qual me trouxe?”

            Flum respondeu tão honestamente quanto pôde. “Bem. Era uma inútil e não podia fazer nada pelas pessoas que me rodeavam... De fato, por isso me venderam como escrava. Pensei que, se pudesse te levar, alguém pior que eu, e te fazer feliz, então talvez... só talvez, algo de bom sairia do meu nascimento nesse mundo. Acho que também havia um pouco de egoísmo.”

            Quanto mais pensava nisso, mais se dava conta de quão verdadeiras eram suas palavras. Queria salvar a Milkit das profundezas do inferno. Talvez ainda desejasse chamar a si mesma de herói. Talvez, no fundo, pudesse recuperar a confiança que perdeu depois de ser retirada do grupo e vendida para os laços da escravidão.

            “Não posso dizer que entendo completamente, mas independentemente do seu raciocínio, Ama, está dizendo que está tentando me fazer feliz? Se esse é o caso, então deveria me vender. Não sou a escrava adequada para isso.”

            “Você já me aceitou como sua ama, verdade? Então é muito tarde para isso. Não interessada em te trocar.”

            “Nesse caso...” Milkit colou uma mão atrás da cabeça e começou a desfazer a bandagem.

            “Ah...”

            Antes que ela se desse conta o som escapou dos lábios de Flum. A vista era bastante grotesca. Desde o queixo até a testa, a cara inteira de Milkit estava inchada, vermelha e manchada. A pele estava inchada e inflamada em alguns lugares e descascado em outros, com um liquido translucido que escorria das feridas abertas.

            “Ainda quer me manter próxima?” Milkit não parecia particularmente incomodada pela perspectiva de ser descartada por Flum. Talvez sentiu que não era justo seguir se disfarçando... que, se não mostrava para Flum tudo sobre ela, estaria traindo sua ama.

            Flum permaneceu em silêncio, atónita, tampando a boca com a mão. O mundo parecia girar ao seu redor enquanto um emaranhado de pensamentos passava pela sua cabeça. Enferma, doloroso, grotesco, lamentável... belos olhos. Infelizmente, nenhuma dessas palavras significaria muito para Milkit, inclusive se ela lhes desse voz.

            No entanto, houve um feito útil no meio da explosão. Eterna lhe havia ensinado sobre os remédios a base de ervas nas suas viagens, e lembrava vagamente à menção de uma condição especial na que só era afetada a pele da cara.

            “Poderiam ser esses os efeitos das toxinas mustardo?”

            “Muutar...?” Milkit olhou para ela sem compreender.

            “Fica quieta, de acordo?”

            Se tinha razão, isso significaria que a maior parte da dor já havia ido. Flum estendeu a mão para tocar a cara de Milkit para ver se, de fato, estava sofrendo os efeitos das toxinas mustardo. No entanto, Milkit levantou rapidamente e deu a volta antes de fazer contato.

            “Não deve tocar minha cara, Ama. Poderia se contagiar.”

            “A toxina de Mustardo não pode ser transmitida de uma pessoa a outra.”

            “Disseram-me que minha condição pode, então talvez você tenha se equivocado sobre essa toxina, Ama.”

            “Quem te disse isso?”

            “Meu amo anterior. Me disseram que uma vez que outra pessoa o contraísse, nunca poderia se curar. Portanto, nunca devo permitir que outra pessoa toque na minha cara.”

            A mão estendida de Flum se fechou em um punho, suas unhas cravaram na sua palma.

            O mundo estava realmente cheio de pessoas absolutamente repugnantes. E sempre foram os inocentes fracos e oprimidos quem se converteram nas suas vitimas. Os vilãos continuaram vivendo uma vida de ócio enquanto os feridos lutaram, sofreram e morreram, até mesmo suas mortes se tornaram alimento para o entretenimento de seus assassinos.

            O que permitiu que isso continuasse acontecendo? Ou, melhor falhando... teria que permitir que isso continuasse ocorrendo?

            “Mentiras! Esses bastardos não fazem nada mais além de mentir!”

            Flum não tinha ninguém ao redor com que descarregar sua ira, embora estivesse o suficientemente furiosa como para partir alguém em dois, se tivesse a oportunidade. Infelizmente, os únicos aqui eram as vitimas desses atos horríveis. Tudo o que puderam fazer foi lamber suas feridas e tentar confortar um ao outro.

            Flum ficou de pé e se aproximou de Milkit, a abraçando com força. A outra garota tentou resistir, mas Flum não se preocupou... não havia nenhuma doença para transmitir. Pressionou sua bochecha contra a de Milkit.

            “Não, Ama, por favor não faça isso. Se você terminar se contagiando, será tão horrível como eu.” Essa era a primeira vez que Flum escutou alguma emoção na voz de Milkit.

            “Eu não me importo!”

            Flum levantou a voz, esperando que pudesse ajudar a dissipar as preocupações de Milkit.

            “Me escute atentamente. Tenha a intenção de ser sua ama, Milkit. Talvez você corresse se meu rosto estivesse assim, mas tudo que fez foi consolidar ainda mais minha determinação.”

            “Essa nunca foi minha intenção, Ama. Mas como você disse que queria me fazer feliz, pensei que deveria dizer para você o que meu amo anterior já me disse que meu rosto nunca vai curar. Simplesmente não queria te decepcionar.”

            “Não posso acreditar que dissesse algo assim. Quero dizer, claro, isso está além do que a magia curativa possa fazer, mas ainda assim...”

            A maioria das lesões e doenças no reino não foram tratadas por medico mas sim por sacerdotes e donzelas de santuários. Aqueles com uma leve afinidade usava magia curativa, que podia curar a maioria das dores sem necessidade de medicamentos ou outros procedimento cirúrgicos. Graças a difusão da magia curativa, a expectativa de vida média no reino aumentou rapidamente.

            A magia, no entanto, estava longe de ser uma panaceia. Ainda havia varias doenças que não podiam ser curadas, e a inflamação da pele causada pelas toxinas de mustardo era uma delas.

            “Mas há uma forma de te curar, Milkit. Na verdade, também é bastante simples. Inclusive se a magia não pode te curar, há remédios que podem fazê-lo.”

            “Você certamente está muito bem informada, Ama. Mas não se foram todos os curandeiros?”

            Milkit tinha razão. A igreja acreditava que o Pontífice, um posto de longa data que passou de pai para filhos, deveria possuir os únicos poderes curativos na terra. Decidindo, por tanto, destruir os médicos da terra, a igreja havia usado seu poder e influência para interromper suas praticas antes de finalmente convencer o rei de que promulgar a lei.

            Os seguidores de Origem, que incluíam a grande maioria dos residentes do reino, acreditavam em tudo o que a igreja dizia. Os sacerdotes disseram a suas congregações que dar as costas para os médicos demonstrava sua fé em Origem e, como resultado, a grande maioria dos praticantes na terra se vira obrigados a fechar seus negócios.

            No entanto, seus ensinamentos perduraram. Antes de ser envia em sua viagem para derrubar o Lorde Demônio, havia uma jovem maga que havia vivido completamente sozinha em uma área isolada em grande parte fora do alcance da igreja. O conhecimento médico e as técnicas que estava a ponto de se perderem para sempre viviam nela... na mente de Eterna Rinebow.

            Viajando junto a Eterna na sua viajem para o Lorde Demônio, Flum havia tentado aprender tudo o que pudesse dele sobre a magia e as ervas medicinais com a esperança de ser mais útil para o grupo. Haviam passado pouco tempo juntas, então nem mesmo sabia por onde começar quando se tratava de preparar medicamento compostos, mas ao menos havia aprendido o suficiente para poder identificar a fonte de um problema a partir do seus sintomas.

            “Conheço os componentes que precisamos para o tratamento. Uma vez que me adaptar à vida de aventureira, começaremos a junta-los e verei se posso chamar a um conhecido para que me ajude a preparar o remédio.”

            Agora, se Eterna... uma mulher que havia aceitado tão facilmente que Flum fosse vendido a uma vida de escravidão, inclusive estaria de acordo em ajuda-la, era algo a ser visto. Mas Flum a lembrava como uma mulher tranquila que era amável e rápido em compartilhar sua sabedoria, e tão inútil quanto Flum poderia ter sido, havia feito tudo o possível para construir um relacionamento decente com os outros heróis. Ou ao menos, pensou que o havia feito. Nesse ponto, duvidava de quão próxima ela tinha sido de qualquer um deles.

            Ela nunca saberia realmente a resposta ao menos que ela mesma perguntasse para Eterna. Por enquanto, Flum decidiu manter-se positiva e acreditar que as ajudaria. Já tinham trabalho suficiente contra elas. Ela escolheu ter fé.

            Milkit e ela finalmente romperam seu abraço.

            “O primeiro é o primeiro, temos que fazer a missão.”

            “Tem razão, Ama. Se passamos tempo demais aqui, a noite cairá.”

            Flum sorriu alegremente para Milkit provocando que a escrava desviasse timidamente o olhar. Na verdade, era muito fofa. Ajuda a Milkit colocar as bandagens na cara antes que as duas garotas se dirigissem para o bosque, em busca dos lobisomens que aparentemente viviam dentro desses confins.

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             A floresta estava escura, com só alguns poucos raios de luz espiando através da densa folhagem acima. O ar se sentia húmido e frio sobre a pele exposta. O solo estava húmido e afundava sob seus pés, como se às vezes tentasse suga-las. Flum agarrou a mão de Milkit um pouco mais forte para manter próxima sua companheira enquanto avançavam mais e mais na floresta.

            Essa ia ser a primeira vez que realmente usava sua espada amaldiçoada em um combate real. De fato, seria a primeira vez que lutaria contra um monstro. O coração de Flum acelerou no seu peito, o medo se apoderou dela enquanto se perguntava quão boa era essa ideia. Seus pés se sentiam pesados enquanto avançavam pesadamente.

            No entanto, o calor da mão de Milkit na sua provocou um desejo... um sentido de dever de proteger sua jovem companheira. O calor gentil e inocente que emanava da mão de Milkit para a dela empurrou seus medos para o fundo da sua mente e lhe deu uma renovada sensação de coragem.

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            Uns quinze minutos depois de terem entrado na floresta, finalmente Flum se deteve. A alguma distância atrás delas, ainda podia ver a luz fraca da “entrada” de algum tipo onde eles encontraram uma brecha na linha das árvores. Milkit ficou atrás de uma árvore e levou a ponta do dedo para os lábios.

            Ela acabava de ver uma manada de três lobos caminhando pelo caminho que tinha adiante.

           

            Lobo Gris

            Afinidade: Terra

            Força: 108

            Magia: 9

            Resistência: 61

            Agilidade: 1090

            Percepção: 98

           

            Cada um tinha um valor de estatística combinado de 385... e eram monstros de Rank E.

            Graças ao impulso da sua espada Devoradora de Almas, as estatísticas de Flum se fixaram em um impressionante 995. Enquanto se mantivesse tranquila, deveria poder os derrotar sem problemas. No entanto, lhe haviam dito que estavam buscando monstros de Rank F, que eram um pouco mais fracos que esses lobos cinza. Essa não era exatamente a situação ideal para praticar. Os sapatos de Milkit estavam praticamente em frangalhos e não eram exatamente bons para se mover sigilosamente.

            Nesse momento, de repente os lobos pararam e olharam em direção a Flum. Tentar tirar Milkit daqui já não era um opção. Flum decidiu que provavelmente seria mais prudente atrair os inimigos até ela, no lugar de lhes dar as costas e correr. Fez um gesto para Milkit para que a esperasse atrás da árvore.

            Olhando o céu, respirou fundo. Justo quando ela apareceu, os lobos começaram a grunhir. Eles arquearam as costas a uníssono e se lançaram até Flum, ainda desarmada, o que claramente apresentava um alvo tentador.

            Tão rápido como os três lobos estiveram ao alcance, Flum convocou a espada.

            “Hyaaaah!”

            FWOP!

            A lâmina negra atravessou diretamente as cabeças dos lobos, não só cortando a carne, mas também partindo os seus crânios, enviando cerebral em todas as direções. Os três lobos caíram instantaneamente no chão.

            “Hah... hah... hah...”

            A mão de Flum tremeu. Ela, uma garota que havia sido inútil em uma luta por toda a sua vida, agora havia tirado vidas em combate. Esse pensamento acendeu uma chama no seu coração. Seus ombros tremeram enquanto tentava estabilizar sua respiração.

            Os insetos já estavam descendo sobre os cadáveres para se banquetear com sua carne ainda quente. Em questão de tempo, os corpos dos lobos seriam devolvidas para a floresta.

            Milkit gritou, sua voz desprovida de qualquer emoção como de costume. “Muito impressionante, Ama.”

            O elogio aparentemente vazio foi como um banho de água fria, colocando fim na emoção que brotava em Flum. Se virou para Milkit e estendeu a mão. “Vamos.”

            Esses não eram os monstros que estavam buscando. No entanto, se era capaz de matar tão facilmente esses monstros de Rank E, então os de Rank F que estava buscando não deveriam ser um problema.

            Renovada sua confiança, as duas se adentraram mais a fundo na floresta.

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            Passaram outros 20 minutos antes de se encontraram com o monstro que estavam buscando.

            “Ai está.” Flum sussurrou para não chamar a atenção do lobo bípede que tinham mais adiante. Pareciam estar buscando sua próxima comida.

            “Você sabe, Ama, na realidade eu não posso lutar. É realmente melhor para mim estar aqui?”

            Embora sua observação fosse certamente correta, já era um pouco tarde para isso. Flum se inclinou próximo de Milkit e sussurrou no seu ouvido, com cuidado de não fazer mais barulho do que o absolutamente necessário.

            “Originalmente planejei te deixar na capital para me esperar, mas para ser honesta, os humanos provavelmente são mais perigosos que esses monstros.”

            Se deixasse Milkit, uma escrava, sozinha na cidade... talvez não voltariam a se ver nunca mais. Comparado com os riscos de ser atacada por um monstro, a floresta parecia um lugar mais seguro para Milkit.

            “Isso pode ser verdade, mas ainda não consigo ajudar.”

            “Só se mantenha a salvo. Corre, se é necessário. Estou bastante segura de que pode escapar de um monstro de Rank F. Logo pensaremos em uma estratégia sobre o que fazer na próxima vez.”

            Por agora, realmente só precisavam de dinheiro para ter um teto sobre suas cabeças essa noite. Antes de fazer qualquer outra coisa, Flum decidiu Escanear o lobisomem. As palavras e os números encheram sua visão periférica.

           

            Lobisomem

            Afinidade: Terra

            Força: 159

            Magia: 22

            Resistência: 79

            Agilidade: 207

            Percepção: 54

 

            Depois de ver as estatísticas, sentiu que uma raiva indignada crescia dentro dela.

            “Esse bastardo do Dein. Não estava tentando nos ajudar em nada... ele estava nos enviando para uma armadilha!”

            “O que aconteceu?”

            “O lobisomem tem um valor de estatística total de 521. Qualquer monstros sobre essa linha é considerado monstros de Rank D.”

            “Mas você não foi enviada atrás de um monstro de Rank F?”

            “Nós fomos enganadas por Dein e a guilda.”

            Enviar um novo aventureiro para lutar contra um monstro de Rank D era essencialmente sentencia-lo a morte. Mesmo com um plano de ataque bem elaborado, suas possibilidade de vitória eram escassas no melhor dos casos. Dein  e a guilda tentavam matar ela e Milkit.

            “Desafortunadamente para eles, não lhes darei esse gosto.”

            Graças ao aumento de estatísticas de Zweihänder, Flum era mais poderosa que um simples monstro de Rank D. De fato, estava quase no mesmo nível dos monstros de Rank C... assim definidos por ter um valor de estatísticas total de 1,000. Além disso, a lâmina teve um efeito curativo em seu corpo.

            Esse lobisomem não deveria ser um problema.

            Flum se concentrou e convocou sua espada. Um momento depois, sentiu o peso da espada na sua mão. Agarrou a empunhadura com força na sua mão e começou a se aproximar do lobisomem.

            Ela travou seus pés e estava prestes a desferir um poderoso golpe quando, de repente, escutou Milkit chama-la freneticamente.

            “Ama, olha!”

            Na direção que apontava Milkit, viu outro lobisomem.

            De fato... viu outros dois que vinham de diferentes direções, o que fazia um total de quatro lobisomens descendo para o mesmo lugar.

            O mais perigoso que podiam fazer os monstros de Rank D era se unirem e atacar como uma manada. De fato, havia um ditado popular entre os aventureiros que diziam que, se via um, deveria assumir que haviam outros três próximos. Mesmo com as impressionantes melhoras de estatísticas de Flum, lutar contra quatro monstros de Rank D de uma vez reduziu em grande medida suas probabilidades de vitória. Precisaria dividi-los de alguma forma.

            Flum olhou seus oponentes com receio. Um dos homens logos moveu a cabeça de um lado para o outro e começou olhar o seu arredor. Deve haver captado seu cheiro ou ter escutado seus movimentos. Os três ficaram em guarda imediatamente e também começaram a olhar ao redor.

            Flum e Milkit se esconderam atrás das arvores, esperando que os lobisomens se acalmassem.

            No entanto, antes que isso pudesse acontecer, uma repentina rajada de vento atravessou a floresta, sacudindo as árvores e cobrindo elas de folhas. A rapidez de tudo fez que Flum gritasse.

            “Ack!”

            Ela colocou o braço no rosto para proteger ela dos escombros que sopravam e se arriscou a olhar em direção dos lobisomens. Ela se surpreender ao ver a metade inferior do corpo de lobisomem cortado. E mais ainda ao ver uma enorme criatura parecida com um leão mastigando a parte superior do torso amputado.

            A nova criatura tinha enormes asas parecidas com asas de pássaro que cresciam nas costas. Os outros lobisomens se lançarem sobre ele, mas foram eliminados facilmente com um poderoso golpe de garra, os enviando a colidir contra as árvores próximas antes que a criatura se aproximasse para comer a suas ultimas vitimas.

            “Escanear!”

            Flum nunca antes havia visto um monstro como este. Imediatamente comprovou suas estatísticas.

            Anzu

            Afinidade: Vento

            Força: 542

            Magia: 408

            Resistência: 301

            Agilidade: 422

            Percepção: 214

 

            Suas estatísticas eram quase o dobro que as de Flum, em 1887.

            “Rank C?! De maneira nenhuma...”

            Não haviam forma de que poderiam ganhar contra essa coisa. Sua única opção era tentar escapar antes de que os encontrasse.

            Infelizmente, se esconder na sombra de uma árvore não era suficiente para evitar que o monstro sentisse sua presença. O anzu já as havia notado. Pedaços de carne caíram da sua boca enquanto fixava seus brilhantes olhos negros na direção das duas garotas. Um rosnado profundo ressoou profundamente da garganta do monstro quando começou a bater suas asas, provocando uma tempestade de vento localizada no meio da clareira.

            Estava se preparando para atacar.

            “Milkit!!” Flum sem moveu instintivamente, empurrando Milkit. Pelo menos... pelo menos uma delas, talvez, poderia sobreviver.

            “Eeek!” Milkit cuiú no chão antes de se reajustar e olhar para sua ama.

            O anzu deixou escapar um rugido quando deu com suas asas mais uma batida furiosa, convocando um poderoso ataque mágico. O vento se transformou em fortes rajadas de vento tão afiadas como uma faca, que rasgaram a terra em seu rastro enquanto se aproximavam de Flum.

            Não havia nenhum lugar a onde correr.

            As arvores que as rodeavam foram quebradas em pouco mais do que lascas. Os braços e pernas de Flum voaram em todas as direções, colunas de sangue marcando seu voo pelo ar.

           

           

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