Capitulo
6:
Um
Novo Destino Aguarda
Agora
que a batalha havia terminado, rapidamente Flum se encontrou com um novo
problema. Haviam a enviado aqui para recuperar uma presa de um lobisomem para
obter sua licença, mas todos estavam no estomago do anzu.
“Não
posso acredito que você conseguiu engoli-los assim. Gah!”
Flum
deu um chute furioso no corpo sem vida do anzu. Não havia forma de que
encontrasse a outro lobisomem antes do sol se pôr, inclusive se começava a
buscar agora. Não estava segura de que pudesse sobreviver a outro encontro com
um monstro depois do anoitecer.
Só
restava uma opção.
“Acho
que tenho que abri-lo...”
A
pele do anzu era bastante dura, com uma grossa capa de musculo embaixo, mas o
Devorador de Almas a abriu facilmente. Quando sua espada afundo no seu
estomago, imediatamente um horrível fedor empesteou a clareira. Afortunadamente
para Flum, só lhe custou pouco tempo encontrar os corpos dos homens lobos ainda
sem digerir. Tirar os cadáveres mutilados continuava sendo uma tarefa bastante
espantosa, mesmo para uma garota que havia crescida em uma granja.
Apertou
o nariz com uma mão e distanciou a cara tanto quanto pode antes de enfiar o
braço na abertura. Flum parou lentamente quanto sentiu o doentio calor das
entranhas do anzu envolver seu braço, mas ela lutou até que pudesse agarrar o
focinho de um lobisomem e puxou com força.
Tão
rápido como seu braço encharcado de liquido digestivo ressurgiu, seus sentidos
foram tomas por um cheiro que nunca havia sentido antes.
“Eeeeeeugh!!”
Esfregou
o braço desesperadamente contra o chão, a casca das arvores, os arbustos e
qualquer coisa que pudesse se aproximar, gritando o tempo todo, em uma
tentativa de tirar o liquido vil de cima. Flum deu um chute no anzu por este
ataque final ao seus sentidos mesmo no tumulo, antes de soltar um suspiro e
colocar as mãos à obra para recuperar a presa do lobisomem. Cortar a mandíbula
da criatura foi uma tarefa bastante desagradável, mas nada comparado com o que
acabava de fazer com o estomago do anzu.
Uma
vez que entregasse à presa a guilda, finalmente seria emitida sua licença de
aventureira... ou isso esperava. Flum podia imaginar com facilidade a
recepcionista encontrando uma maneira de minimizar seu êxito e negar sua
licença. Para assegurar decidiu levar também um pedaço do anzu.
“Odeio
o pouco que sei sobre essas coisas. Gah! Se soubesse quais partes dessa coisa
as pessoas querem, tudo seria mais fácil...”
Algumas
partes do corpo de um monstro eram mais valiosas que outras, mas nesse momento
as opções de Flum eram bastante limitadas, já que nem sequer tinha uma mochila
para levar seus despojos de guerra. Se apenas soubesse o que mais vale a pena
no mercado aberto para acelerar seus esforços para fazer dinheiro. Ou se
tivesse uma bolsa mágica que usasse o mesmo espaço dimensional paralelo que o
equipamento Épico para armazenar artigos... então realmente estaria no negocio.
Infelizmente, essas eram coisas quase impossíveis de se adquirir para qualquer
um que não fosse um aventureiro de Rank S.
“Suponho
que iremos com as presas, então.”
A
maioria das presas dos monstros, incluindo as dos lobisomens, eram geralmente
usadas em todos os aspectos do artesanato, incluindo a fabricação de armas,
equipamentos e acessórios. Foi necessários alguns golpes sólidos com o
Devorador de Almas, mas finalmente conseguiu tirar a presa da boca do anzu.
Flum pegou e o espanou. Era muito mais pesado do que parecia, mas não tanto
como para que não pudesse o levar para a cidade.
Apertou a presa do lobisomem na sua outra mão e virou na
direção de onde havia vindo. Era hora de voltar com Milkit.
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Milkit sentou obedientemente no troca de uma árvore na periferia da floresta, com as mãos entrelaçadas em frente ao peito e o rosto pintado de preocupação. O sol já estava abrindo caminho até o horizonte e os sons dos insetos enchiam o ar.
Havia
passado umas três horas desde que se separaram. Se Flum havia saído vitoriosa,
já deveria estar de volta. Se havia perdido... Bom, se havia perdido, já estava
morta.
Milkit
não podia suportas pensa nisso.
“Esperarei
aqui até que a Ama volte, não importa quanto tempo possa levar.”
A
ideia de que ela y Flum talvez nunca voltassem a se encontrar doía
profundamente. Essa era a primeira vez que lembrava estar preocupada se outra
pessoa vivia ou morria... incluindo inclusive seus próprios amos. Depois de
tudo, para Milkit, um amo era um pouco mais que uma pessoa que ofereceu
sustento em troca de controlá-la.
Essa
linha de pensamento poderia parecer estranha, ou até mesmo triste, para que
alguém que havia vivido uma vida normal. Mas para Milkit era bastante
reconfortante. Si considerava pouco mais do que uma boneca sem emoções. As
relações humanas importavam pouco para ela.
“Mas
ela... ela é diferente.”
Milkit
nem sequer podia imaginar como seria a vida nos dias que virão se Flum
realmente sobrevivesse e voltasse com ela. Permitiria a si mesma sorrir, a
trataria como um humano... Inclusive o seu rosto poderia ser curado algum dia.
E
com essa alegria viria uma grande tristeza por todos os anos que havia perdido
e todo o sofrimento que havia suportado. O calor e a gentileza de Flum
trouxeram consigo medo... medo de perder o que ela acabava de começar a
experimentar. Milkit estaria mentindo a si mesma se dissesse que nunca havia
sonhado com uma vida sem dor ou miséria. Ao longo dos anos, havia renunciado
acreditar que existia um lugar assim. Mas se o houvesse encontrar, então...
“Haaah...
Finalmente fora! Estou cansada!...”
Uma
voz calorosa e familiar interrompeu seus pensamentos.
Milkit
ficou de pé e se virou para olhar para a floresta. Ali estava Flum, coberta de
mais sangue que a ultima vez que a havia visto e segurando um enorme dente ou
osso de algum tipo, bem como uma luva.
“Ama!”
Um leve sorriso adornou seus lábios, embora rapidamente deu lugar a sua
habitual expressão neutra. Então, suas orações foram respondidas. Ainda não
sabia o que fazer com suas ansiedades sobre o futuro, mas sabia o que devia
fazer aqui e agora.
Milkit
correu até Flum, quem a saudou com um sorriso encantador. “Me desculpe por ter
deixado você esperando.”
“Bem
vindo de volta, Ama.” Milkit estendeu a mão para levar ao menos um dos itens
que Flum segurava.
“Você
vai se encher d sangue, sabe? Está de acordo com isso?”
“Com
um corpo como o meu, estar suja não importa.”
“Aww,
não fale assim de si mesma, Milkit. Qualquer escrevo meu terá que estar de si
mesmo.” Flum sorriu enquanto entregava a presa de lobisomem para Milkit. A
presa do anzu definitivamente estava além do que a outra garota poderia
carregar.
“Suponho
que essa grande presa é do anzu, mas, de onde você tirou essa luva?”
“Oh, isso? A encontrei no corpo de um aventureiro que
estava próximo a estrada da floresta. Agora não é nada mais do que ossos então
eu duvido que ele vá precisar ou sentir falta.”
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Enquanto Flum tateava seu caminho pela floresta que escurecia rapidamente, seu pé havia enganchado em algo duro e implacável, enviando-a ao chão e a presa do anzu voou fora dos seus braços.
“Aaaugh!”
Você
poderia pensar que é estranho que alguém que havia sido cortado em pedaços a
apenas algumas horas atrás gritava por
uma simples queda, mas o medo era medo, independente da causa.
Olhando
mais de perto o chão frente a ela, Flum descobriu a parte inferior do torso de
um homem... provavelmente um aventureiro que havia se aventurado na floresta na
mesma missão que ela tinha, buscando caçar lobisomens, só para se encontrar com
o anzu. O corpo ainda estava vestido com armadura e tinha uma manopla atada ao
redor do seu braço.
A
visão do equipamento fez Flum lembrar do seu antigo grupo. Havia tentado passar
seu tempo aprendendo o que podia dos outros heróis, todos eles lendas por
mérito próprio. Surpreendentemente, pareceu funcionar, e haviam tido algum tipo
de relacionamento... embora, talvez, todo o tempo pensaram nela como uma
propriedade.
Umas das pessoas com as que havia se
unido era Gadhio Lathcutt, o chamado “Assassino das Estrelas”. Era um homem
tranquilo e serio vestido com uma enorme armadura negra, com um rosto
assustador para combinar, mas havia algo nele que te fazia querer conhece-lo
melhor. Apesar da sua falta de habilidade, ele a ensinou varia técnicas com uma
espada e lhe falou de seus dias como um aventureiro.
“Encontrara
muitos corpo no campo de batalha, e alguns deles estarão equipados com alguns
dos melhores equipamentos que existem. Todos, exceto os mais piedosos, tomariam
felizmente o equipamento dos restos de seus semelhantes.”
“Diretamente
dos seus corpos?”
“Estão
mortos, não? Não tem sentido deixar que um bom equipamento se desperdice com
eles.”
“Mas
isso não dá... má sorte ou algo do tipo? Só pensar nisso me da escalafrios.”
“Você
nunca vai progredir pensando assim, Flum.”
“C-Correto!
Suponho que um aventureiro deve ser realista...”
“Não,
não se engane, garota. Não mude de opinião tão rápido. Como você disse, os
espíritos dos mortos as vezes rondam e se negam a soltar seu equipamento.”
“Verdade??”
“Equipamento
amaldiçoado, assim se chamam. Tem todo tipo de efeitos diferentes, desde
reduzir suas estatísticas até ficar contigo onde quer que vá. Inclusive há
alguns casos extremos em que simplesmente equipa-los pode te matar. É por isso
que sempre deve usar Escanear para verificar se o equipamento está
amaldiçoado.”
“M-Mas...
não posso usar Escanear.”
“Eh,
sério? Então, será melhor que encontre um amigo que fica ao seu lado. De todos
os modos, um aventureiro nunca deveria viajar sozinho. Precisará de alguém do
seu lado que ajude a te empurrar adiante ou inclusive te puxar para trás no
momento preciso.”
Essa
foi a primeira lição que Ghadio a havia oferecido.
Provavelmente
havia demorado na lembrança mais do que o necessário, mas lembrava para ela a
primeira lição de que os equipamentos roubados dos cadáveres às vezes levavam
consigo uma maldição. Flum decidiu usar Escanear para verificar a luva na qual
havia tropeçado.
Nome:
Manopla de Aço Sangrenta
Nível: Raro
[Este equipamento reduz a força do
seu usuário em 82]
[Este equipamento reduz
a magia do seu usuário em 101]
Não era nem de longe tão poderoso quanto a espada de nível épico, mas ele ainda tinha uma maldição incrível o suficiente para reduzir suas estatísticas em um total de 183 pontos. Flum juntou as mãos em um rápido pedido de desculpas ao homem morto e pegou a luva para ela. Se o que Gadhio disse era verdade, então, com sorte, o homem estaria feliz ao ver que seu equipamento estava sendo bem utilizado.
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“...
E é dai de onde eu tirei isso.” Finalizou Flum enquanto Milkit olhava a luva
com suspeita.
“Então
está amaldiçoado?”
“O
encantamento não pareceu surtir efeito até que o coloquei, então deve estar
tudo com você leva-lo. Embora eu não me importasse em leva-lo se isso te
incomodar.”
“Não,
você já esta levando essa presa pesada. E, além disso, não tem que se preocupar
com uma simples escrava, Ama.”
“Você
realmente leva toda essa coisa de escravo a sério, não? Ah, bem, se você
concorda por mim tudo bem.”
E
com isso, finalmente elas deixaram a floresta e voltaram para a capital.
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A
noite na capital era completamente diferente do que durante o dia. Lâmpadas
magicas iluminavam a figura de mulheres escassamente vestidas que enchiam as
ruas em frente à multidão de agitados estabelecimentos de bebidas. Vários
homens, com a esperança de encontrar seu próximo alvo que escoltariam até um
bar caro, se dirigiram até as duas garotas, embora eles rapidamente zombassem e
voltaram uma vez que viram a marca na bochecha de Flum.
“Eu
espero que a guilda ainda esteja aberta...” Pelo que Flum podia se lembrar, não
havia nenhum horário de abertura escrito no letreiro. “Levando em consideração que
era um pouco mais do que um bar com um balcão de recepção, eu não acho que nós
estamos completamente sem sorte. Além disso, realmente não quero passar toda a
noite abraçando essa presa gigante.”
Quando
finalmente chagaram ao seu destino, as duas podiam escutar as piadas animadas
dos aventureiros bêbados, mesmo de onde elas estavam na rua. Aparentemente,
suas preocupações eram infundadas.
Assim
que Flum abriu caminho pela porta, sentiu que vários pares de olhos se cravaram
imediatamente nela. Eles não pareciam mais amigáveis do que da ultima vez,
embora a conversa deles ficou muito mais animada. Pelo que parece, eles estavam
fazendo apostas sobre se ela e Milkit voltavam com vida.
“Sim!”
Um homem comemorou e lançou um punho ao ar, enquanto vários outros na mesa
lançaram algumas moedas.
Os
olhos de Y’lla se arregalaram quando Flum deixou cair a presa do anzu no chão
com um estrondo, e Milkit deixou a presa do homem lobo cair no balcão.
“Acho
que foi isso que me enviaram para buscar.” Disse Flum.
Y’lla
passou o dedo pela presa andes de voltar sua atenção para Flum. Ela estava a
olhando.
“Então
passei na prova, verdade?”
“Você
realmente, matou um?”
“Mas
é claro. Afinal você pensou que um lobisomem não seria um problema para mim,
verdade?”
“Sua
pequena...”
“Qual
é o problema?”
“Isso
não conta!! Não vou permitir que um escrava suja como você se converta em um
aventureiro!!”
Y’lla
estava quase histérica quando agarrou a presa e a lançou em direção a Flum.
Para sua consternação, Flum o apanhou facilmente no ar, colocando mais
combustível na raiva da recepcionista.
Flum
apontou com a presa para Y’lla.
“Quando
um aventureiro completa um trabalho, você deve o pagar. Isso é o que uma guilda
faz, não?”
“Grrr.”
“E
enquanto eu estiver aqui, quero vender isso.”
Flum
levantou a presa do anzu e sem cerimônia colocou-o na frente da mulher. O
balcão da recepção rangeu devido ao peso.
“O
que é isso?”
“A
presa de um anzu, um monstro de Rank C. Me encontrei com um enquanto procurávamos
um lobisomem, então pensei em trazer parte dele.”
As
guildas também serviam como uma espécie posto comercial, comprando materiais
valiosos mesmo quando não havia nenhuma solicitação por eles. Embora vender os
itens diretamente proporcionaria ao aventureiro um lucro maior, essa opção
economizaria o tempo de encontrar um comprador.
“C...
Você disse Rank C?” Essa garota deveria ter encontrado seu fim nas mãos dos
lobisomens, e de alguma maneira havia conseguido derrotar um monstro ainda mais
poderoso enquanto estava nisso. Estava claro que Y’lla estava tendo dificuldade
para processar a situação e ficou sem palavras.
Percebendo
a pausa na conversa, dois homens de aspecto rude saíram do bar. O primeiro
deles zombou com algo parecido com um sorriso perverso.
“Vamos,
vamos, pequena dama. Você não precisa mentir. Está tentando dizer que um par de
escravas como vocês conseguiram derrotar uma besta gigantesca como um anzu? É
necessário um grupo inteiro de nós para enfrentar uma dessas coisa, você sabe.
Antes, quando eu dei uma olhada em vocês, suas estatísticas não eram muito para
falar, e seu equipamento não era muito melhor. Se vai mentir, deveria inventar
uma historia melhor.”
O
segundo homem também falou. “Ei, além disso vocês cheiram muito mal. Você fodeu
com um casal de homens, garota? É possível que você deseje lavar seus sucos
quando terminem contigo. Mas bem, eu entendo, você usou esse dinheiro para
comprar essa presa, certo? Ou talvez você simplesmente aceitou um como forma de
pagamento de algum aventureiro desesperado por um buraco quente. Se esse é o
caso, acho que tenho um trabalho melhor para você do que ser um aventureiro...”
Sua
mão estava enterrada no fundo do bolso enquanto ele inclinava o rosto com a
barba para fazer cada vez mais perto dela. Quanto mais Flum escutava ele falar,
mais e mais zangada ficava, até que finalmente chegou no seu limite e lançou o
punho direto para ele.
“Soco
Flum!”
Ela
acertou um soco bem no meio da cara do homem, quebrando seu nariz e jogando-o
de costas, com sangue escorrendo do seu rosto.
“Sua
maldita anã...!”
“E
qual é o seu Rank, velho?”
“Eh?
Eu, bom, uh, nós dois somos Rank D!”
“Eh?
Isso é tudo o que precisa para se converter em um aventureiro Rank D? Quer
dizer, você caiu como uma pilha de tijolos com somente um golpe de uma garota
como eu, sem estatísticas para falar.”
“Vou
te fazer engolir essas palavras!” O homem sacou a espada da sua cintura e se
lançou para atacar.
Depois
de deixar ele diminuir a distância, Flum convocou o Devorador de Almas. Swish! A lâmina cortou em um elegante
arco no ar e parou a um fio de cabelo da garganta do homem, pressionando a
ponto com força contra sua carne.
O
valentão não se atreveu a dar mais um passo, embora todo o seu corpo tremesse
incontrolavelmente. Tudo o que Flum teria que fazer era aplicar a mais mínima
pressão para tirar a sua vida.
“Uma...
uma arma épica...!”
“Porém,
tem uma maldição.”
Deixou
que a espada desaparecesse. Tão rápido como a lâmina desapareceu, o homem caiu
de joelhos. Flum voltou sua atenção para Y’lla com um sorriso triunfante no seu
rosto. “Isso é suficiente para te convencer de que eu não estou mentindo?”
Y’lla
parecia incomodada por toda a situação, mas decidiu não pressionar mais as
coisas. Aceitou a presa do homem lobo como prova de ter completado o trabalho
e, relutantemente, entrou algum dinheiro para Flum, junto com sua licença de
aventureiro recém-criada.
Flum
levantou o cartão por cima da cabeça e sorriu enquanto o inspecionada de perto.
“Aventureira Rank F”, dizia na parte superior, junto com seu nome.
Y’lla
preencheu os formulários para comprar a presa de anzu e entregou uma quantidade
de dinheiro ainda maior para Flum. Poderiam viver disso durante muitos dias e
ainda sobraria algo. Com isso resolvido, seu negocio aqui estava encerrado.
Flum cumprimentou Y’lla com alegria antes de sair com Milkit da guilda. Uma vez
que estiveram fora, deixou escapar um suspiro e sentiu que todo o seu corpo se
enfraquecia pelo cansaço.
“Haaaah,
não posso acreditar no quão nervosa eu estava ali.”
Ela
conseguiu manter a calma durante a provocação, mas sentiu que todo o estresse e
a ansiedade a alcançaram no momento em que baixou a guarda. A valente
aventureira novata que havia encarado dois veteranos momentos antes agora
estava uma pilha de nervos.
“Muito
bem, Ama.” Milkit, que pareceu se dar conta do difícil que havia sido para
Flum, ofereceu algumas palavras de encorajamento.
Flum
segurou a mão da jovem com a sua. “Bem, estou cansada.”
Milkit
devolveu a mão. O gesto agora era completamente natural para elas.
“Esperava
alguma resistência daquela senhora Y’lla, mas nunca imaginei que outras pessoas
se envolveriam. Não tenho certeza se deveria estar agradecida ou chateada por
Dein não estar por perto.”
“Bem,
temos dinheiro suficiente para alugar um quarto. Acho que podemos considerar
isso uma vitória, não?”
“Sim,
você provavelmente tem razão. Vamos procurar um lugar para dormir, e então eu
vou tomar um bom banho demorado. E amanhã teremos roupa nova.”
“Você
certamente poderia usar roupas melhores, Ama.”
Flum
olhou para si mesma e riu secamente. As roupas manchadas de Milkit já eram
ruins o suficiente, mas eram ofuscadas em comparação com o quão ruins suas
próprias roupas pareciam. Não queria nada mais do que sair desses trapos.
“Honestamente,
tenho que concordar. Claro, também vou conseguir roupa nova para você, Milkit.”
“Oh,
por favor, não se incomode. Sou somente uma escrava, Ama.”
“Bom,
então, como sua ama, deixe eu te dar uma ordem. Amanhã compraremos roupas novas
para você.”
Milkit
olhou para o chão, sem saber como responder a isso. “Mas eu...”
Era
evidente que não pensava que alguém com uma cara cheia de cicatrizes e
bandagens como a dela ficaria melhor, independente da roupa que usasse.
Flum
afagou a cabeça de Milkit afetuosamente. “Não se preocupe, Milkit, Relaxe e
vamos nos divertir um pouco, hein?”
O
coração de Milkit se acelerou diante do sorriso relaxado no rosto de Flum. Era
um sentimento com o que não estava familiarizado. Mas se esse era o caminho
pelo que viajaria com essa garota que havia escolhido tomá-la como escrava,
então... “Sim, vamos fazê-lo.”
Ela
assentiu com firmeza. Ela havia tomado sua decisão. Essa era sua oportunidade
de se reinventar como uma nova pessoa. Para se livrar da garota que havia perdido
tudo e não tinha nada no seu nome. As duas garotas, às quais até mesmo os
deuses haviam dado às costas há apenas algumas horas atrás, caminhavam de mãos
dadas para um novo e brilhante futuro.
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